Livro mundos distantes- capítulo 1

Livro mundos distantes

sinopse: Uma mulher solitária chamada Nívia morava em uma casa dentro de uma floresta nos arredores de Joinville. Certo dia, ela conhece um jovem misterioso chamado Raike. Ele a salvou da morte quando ela caminhava na floresta. Depois desse dia, Nívia descobriu que ele era um extraterrestre. Os dois se encontraram na floresta novamente. Nívia o convidou para cear com ela. Os dois se tornam amigos desde então. Com o passar dos dias, os dois se apaixonam um pelo outro. Raike pertencia a uma sociedade extraterrestre que era tecnologicamente mais avançada do que a humana. Entretanto, ele teria que lutar contra a sua sociedade que proibia união entre sua espécie e humanos. Será que os dois conseguirão vencer todos os obstáculos em prol do amor que sentiam um pelo outro?

CAPÍTULO 1: Sociedade virkoniana

Alguns extraterrestes estavam trabalhando em um laboratório de reprodução que se localizava em uma nave-mãe alienígena que pairava no espaço sideral próximo à Terra. Dentro do local, existiam inúmeras incubadoras que continham estranhos bebês alienigenas. Os fetos que estavam dentro das incubadoras não tinham cordão umbilical e possuíam olhos totalmente negros. Os cientistas e assistentes de laboratório retiravam alguns bebês de dentro dos recipientes de vidro e os deixavam em berços. Havia mulheres alienígenas que possuíam aparência de répteis. Elas cuidavam dos bebês que foram gerados naquele laboratório de reprodução.

Alguns dos ETs que estavam lá tinham cabeças alongadas, pele cinza e olhos semelhantes aos dos lagartos. Entretanto, outros tinham uma aparência humana, mas os olhos eram totalmente cobertos por uma cor negra.

Os alienígenas que se pareciam com os humanos eram mestiços (metade humano e metade alienígena). Os globos oculares dos alienígenas mestiços podiam se tornar iguais aos olhos humanos. Os mestiços eram minoria naquela sociedade e podiam se passar por humanos com facilidade.

Os ETs que eram semelhantes aos lagartos jamais mudavam a aparência dos seus olhos. Todos eles hipnotizavam através dos olhar, da voz e por telepatia. A tecnologia deles era algo surreal.

Entre eles, havia um jovem alienígena chamado Raike que possuía aparência de um ser humano de 22 anos de idade. O rosto dele era muito bonito apesar dos olhos totalmente negros. O rapaz tinha um corpo longilíneo e uma pele muito alva. Os cabelos de Raike eram brancos e corredios. O jovem extraterrestre possuía 1,90 m de altura. Todos os cientistas e auxiliares que estavam naquele laboratório usavam mantos prateados.

O planeta natal deles se chamava Virkon, por isso eles se denominavam virkonianos. A espécie deles sobrevivia há milhares de anos dentro daquela grande espaçonave que possuíam o tamanho da Lua. Naves menores que tinham a forma de um disco saíam de dentro da nave-mãe a fim de viajar para outros locais do universo. Eles tinham bases subterrâneas em Marte e Vênus. A espécie tinha uma tecnologia tão desenvolvida que os virkonianos podiam se deslocar para outros pontos do espaço sideral e conseguiam se reproduzir por uma técnica de engenharia genética extremamente avançada.

Raike e seu supervisor cujo nome era Utrox saíram do laboratório de reprodução depois que terminaram o serviço. Os dois entraram em outro laboratório onde faziam análises com amostras de células de corpos humanos. Raike se sentou em uma cadeira e começou a analisar algo pelo microscópio. O supervisor começou a ver relatórios de experiências pelo computador. Uma linda jovem mestiça extraterrestre que estava no local se aproximou de Raike e lhe disse, sorrindo:

— Raike, você quer almoçar comigo no restaurante da nave-mãe depois do expediente? A comida será por minha conta. Tenho créditos para pagar o restaurante.

O rapaz olhou para sua colega de trabalho e disse:

— Não quero abusar da tua generosidade, Kinara.

— Raike, almoce comigo. Recebi um bônus no salário no mês passado e agora posso pagar pela refeição do restaurante. Nem todos tem dinheiro para pagar por uma refeição no restaurante espacial. A maioria come no refeitório coletivo onde a comida é de péssima qualidade. Aceite meu convite.

— Ok. Eu vou almoçar com você.

O rapaz voltou a olhar no microscópio. Ela começou a alisar os cabelos dele com uma das mãos e disse, sorrindo:

— Obrigada por aceitar meu convite, Raike.

No intervalo, Raike e Kinara, saíram do laboratório e foram ao restaurante da nave espacial. Chegando lá, ambos se sentaram à mesa e fizeram pedidos a uma garçonete virkoniana. Depois que os dois foram servidos, Kinara falou para o rapaz:

— Eu soube de uma novidade ontem. O chefe do conselho de cientistas quer enviar alguns assistentes de laboratório para o planeta Terra a fim de abduzir humanos. Ouvi dizer que eles vão treinar os assistentes de laboratório que forem escolhidos para a missão.

Ela fez uma pausa por alguns segundos e olhou para os arredores. Só havia duas mulheres no restaurante além deles. Em seguida, Kinara olha novamente para Raike e fala em voz baixa quase sussurrando:

— Eu tenho algo sinistro para te contar.

— Diga.

— Você sabe sobre aquele projeto chamado Transgênese?

— Sim. Eu ouvi falar, mas nunca me explicaram sobre o que fazem nesse projeto. Eu só que sei que os cientistas usam o laboratório 3 da nave-mãe para realizar experiências relacionadas ao projeto. É o único local onde eu não tenho permissão para entrar. Eu sei que fazem experiências secretas com mulheres humanas no laboratório 3.

— Eu descobri que algumas delas entram no laboratório 3 e nunca mais voltam para a Terra e nem são mais vistas em parte alguma da nave-mãe. Elas entram no laboratório 3 e não saem mais de lá.

— O que eles fazem com as humanas que entram no laboratório 3?

— As pessoas que não tem permissão para entrar no laboratório 3 não tem ideia do que acontece por lá ou qual é o tipo de experiência que fazem naquele laboratório. Mas tenho certeza que não é coisa boa.

— Você é bem informada, Kinara.

— Mudando de assunto, eu queria te convidar para um encontro. Seria bom se fizéssemos uma viagem em Vênus um dia, só nos dois juntos. Eu poderia conseguir uma permissão do comando de frota espacial para irmos ao planeta Vênus.

Nesse momento, ela tocou a mão direita do rapaz que estava apoiada em cima da mesa. Ele ficou envergonhado e disse:

— Kinara, eu nem sei o que dizer.

— Eu não quero mais que você seja só meu colega de laboratório. Quero algo mais. Eu te desejo. Será que você não entende. Eu preciso de ti. Quero que você seja meu. Eu te amo. Sempre te amei. Nunca lhe escondi o que sinto por você.

O rapaz ficou cabisbaixo quando ele ouviu a frase “eu te amo”. Essas palavras não eram desconhecidas para ele. O rapaz as conheceu através de dicionários e aulas de idiomas humanos. Na sociedade dele, a maioria dos indivíduos não tinha sentimentos e era muito fria. Ele só ouvia essa frase da boca de Kinara durante raras ocasiões. O rapaz olhou para os olhos suplicantes de Kinara. Ela ainda segurava a mão do jovem. O rapaz disse friamente:

— Esses sonhos não são para nós. Você deveria entender isso. Fomos criados para servir à sociedade virkoniana e nada mais. Somos apenas ferramentas.

— Ao contrário da maioria de nossa espécie que é robotizada, eu sou capaz de sentir. Eu quero me apaixonar e viver intensamente. Quero ser como os humanos. Nós não somos uns robôs orgânicos. Eu nunca me conformei em ser apenas um instrumento. Eu queria que você sentisse por mim o mesmo que sinto por ti, mas você parece estar mais frio do que um gelo.

Kinara tinha longos cabelos brancos e lisos que chegavam até a altura de sua cintura. Os olhos dela eram totalmente negros. A jovem tinha um corpo que causaria inveja a qualquer humana que é fã de academia de ginástica. Ela tinha a mesma idade de Raike.