Memórias de um sonhador (Parte 1)

Olha essa chuva batendo no chão; esbajando natureza rica, tudo é tão lindo, ao mesmo tempo tão feio, ninguém quer sair pra trabalhar com esse tempo; acho que cada um de nós, tem uma essência tímida; seja de alguma tribo indígena, ou de um colonizador, tanto faz.

Naquele dia comum, onde acompanhei minha rotina íngreme, como o operário descontrolado; havia de ter um toque de ternura a mais em tudo isso. Pois bem, cedo da manhã, o abraço dos meus pais, me deixara conspecto, não acontece uma união em grupo tão cedo da manhã, desde que o mundo fazia sentido. Aí está a bota de meu pai, sinto uma sensação estranha e ao mesmo tempo mágica ao observá-lo saindo para a luta. Sinto no mesmo, o espírito protetor; carregava no ombro um sinal, uma pelagem separada, como se fosse uma Ilha, devido aos anos de trabalho pesado. Olhando a sua bota, imagino a força de um exército treinado, as vezes raivoso; mas fazer o que, esse mundo nos deixa assim, porém sabia que estava disposto a me proteger, mesmo na minha vida adulta.

Minha mãe, mulher de fatores próprios, firme em suas palavras, sempre me dissera, que sua palavra era como um tiro, de fato; prometera essa afirmação, de tal modo, que esta influenciara em todo meu desendar espiritual, eis um dos motivos da exclamação "fatores próprios", o soneto que dediquei a minha amada progenitora, entregarei ademais.

Não irei de explicar minha curta mas complexa vida, dentro de apenas um capítulo, este prefácio simpático acompanhará você, caro leitor, à desvendar os segredos que nem mesmo eu conheço, vamos então.

I- Quero identificar-me como um homem, não um bom homem, não sei se tenho esta honra, de me autocolocar sujeito bom, o título classificando-me como sonhador; já está de bom tamanho. Seguindo a lógica que todo aquele que ama ou ja amou demais, transforma-se em um sonhador, seja para o lado poético, ou cético; será discernido pelo seu sonho, até no findar de tudo.

Entre tantos presságios maléficos, sinto-me digno apenas de não ter plena certeza em nada na vida, há não ser na liberdade conduzida por nossos falsos senhores.

Com minha vida aguniada por depender sempre de um contexto, foi que me flagrei como um escritor de memórias, quem sabe de meus próprios futuros, a soma de todas as forças podem um dia, mover-nos, acharemos uma função para aquilo que procuramos? Que não sabemos?