Xanti e Lee- Quebrando as regras de trânsito uma a uma.

Xanti e Lee

Teatro de hoje: As regras de segurança - Quebrando uma a uma.

Cena 1 – Entrada de um dos palhaços (Xanti) em um palco com uma plateia interativa de 14 crianças e dois adultos- médico e mãe – Dia – Palco suspenso

Xanti cumprimenta a platéia: Boa Tarde, Bom dia... ou....Inclina-se ao público e agradece a presença

Cena 2 - Cena de Lee tentando convencer os filhos. (dois dos 14, com cinco e seis anos )

...Fazer esta cena em paralelo.

Lee entra bêbado no palco (não muito, meio tonto)

Cumprimentam todos meio cambaleando e desajeitado.

(Na frente 14 crianças que vão interagir com os palhaços, cada uma com sua fala)

Xanti, vendo a situação pede desculpas e diz a todos que o espetáculo vai se atrasar, até que Lee se recupere.

Xanti: Chegar aqui assim é um péssimo exemplo para as crianças.

Nesta cena Xanti fala brandamente apesar do estado dele.

Cena 3- Dia –Palco-Lee conversa com o Xanti

Lee: As culpadas são as professoras.

Xanti: Como assim? Explique se puder.

Eu ia vir com meus dois filhos, sabe o que a maiorzinha me disse?(Sempre fazendo gestos desajeitados)

Que não ia vir, por que a professora dela falou que não é para entrar em carro que o motorista tenha bebido. Olha que loucura! Estão dividindo as famílias, estão mexendo com coisa sagrada, é o fim do mundo!

Ai fiquei tentando convencê-las e acabei me atrasando

Xanti: Desisto, vamos é cancelar o show depois desta!

Lee: Não, não, vamos lá eu tô bão demais.

Cena 4

Lee faz movimentos com as mãos, não aceitando o fato de ele estar bêbado.

Xanti: Você chegou atrasado e não está nada bem.

Fala um pouco menos brando, mas não ríspido.

Lee: Eu tô feliz. Só isso! Não posso estar feliz?

Lee se altera um pouco, mas como muito respeito à Xanti.

Xanti: E por que você está tão feliz?

Xanti tenta trazer Lee à consciência, questioná-lo, quer ajudá-lo.

Lee: Um amigão meu trouxe minhas cartas de motorista. Quer ver?

Lee faz menção de tirar do bolso o documento, mostrando-se feliz por ter realizado um grande sonho.

Cena 5

Xanti: Lógico, mostra!

Lee: Ó aqui,Ó que coisa linda.

Lee mostra uma das cartas de motorista como se acreditasse que é verdadeira, Xanti percebe que ele caiu num golpe e mostra a todos a carta também à plateia explicando que a carta tem características diferentes da verdadeira. É legal; (a auto-escola ou a escola conseguir carteiras falsas e explicar na hora os maiores erros da falsificação).

Lee mostra para todos os presentes.

Tá vendo, foi um amigo da criançada que assinou.

Essa aí é para dirigir carros, ainda tem outra que ele me deu sem cobrar nada.

Lee:Tá vendo, tudo amigo deles aí.

Cena 6

Lee aponta para a plateia e questiona quem conhece o Cebolinha e o Chico Bento (a plateia interage, todos falando que conhecem e gostam muito deles, mas que eles não fariam tal coisa)

Foi facinho tirar as cartas

Passei o dedão no papel e já era

Só é cara, né. Bissurdo

Cena 7

Xanti: É criançada, vejam que ele não está nada bem.

Mais tarde faremos o show.

Xanti faz gesto de quem vai tirar Lee da cena, o pega pelo braço e puxa-o devagar.

Cena 8- Adolescente questiona a saúde de Gan e Gun- Dia – Palco

Marta: Xanti, se ele não está bem, estou preocupada com o Gan e o Gun.Posso vê-los?

Xanti: É claro que sim.

Criançada grita: Gan, Gun repetidas vezes.

Cena 9-

Marta vai até o palco a espera de Gan-

Gan fala da cartola: Pede para o Lee parar de girar que eu saio, mas oGun está pior que eu ainda (voz sai da caixa de som colocada atrás do Lee)

Cena 10

Lee retruca dizendo que está bem, que estão preocupados a toa

Cena 11

Marta: Xiii, ele não tá bom não. Tá vendo tudo rodando

Xanti: Gan, vem aqui, vamos cuidar de você

Gan: Tô indo, mas devagarinho, o Lee tá estranho.

Xanti: É que ele bebeu muito.

Cena 12 –

Boneco sai da cartola de Lee (foco no boneco), que em seguida é trocado por uma criança de cinco anos que passa a fazer o papel de Gun- Dia - Palco

Gan sai da cartola, sonzinho e se deixa cair na mão de Marta. ( Um pequeno boneco que se” transforma “em uma criança de 5 anos )

Marta (uma adolescente de 12 anos aproximadamente): Gan, que bom te ver, vou cuidar de ti, já já você fica bom.

Marta o abraça e o examina visualmente

Gun: Hummmm acho que sim, só pede para o Lee parar de girar para que eu possa ficar de pé.

Marta: Xiiii. Gan, o Lee não está girando. Você não está bem, o Gun também deve estar mal, Lee traga ele aqui.

Cena 13 –

Outro Boneco sai da cartola de Lee (foco no boneco), que em seguida é trocado por uma criança de cinco anos que passa a fazer o papel de Gun- Dia – Palco-Sobe ao palco mais uma adolescente

Lee tira da cartola o Gun

Ele tenta ficar de pé, mas não consegue, desequilibra e se abraça ao Gan, reclama também da tonteira, duas crianças pegam os dois e passando a mão na cabeça e na barriga deles tenta consolá-los.

Cena 14

Um homem levanta a mão e diz que é médico- Dia- Plateia

Da plateia um médico se dispõe a ajudar.

(Um homem de branco vai até os dois)

Dr. Pimenta: Vim trazer meus netos, que são seus fãs; apesar do vexame, que sei não ser rotina, quero ver se posso ajudá-los.

Cena 14

O médico senta-se no degrau e examina visualmente os dois além do Lee, resolve fazer um exame.

O médico examina o Gan, Gun e Lee- Dia- Palco

Dr. Pimenta: Gun, quantos dedos temos aqui?

Gun: Em cada mão tem dois dedos, então são quatro.

Dr.: Xii. Tá mal mesmo

Agora, fica de pé.

Gun: Ôooopa. Assim??

Dr.: Mais ou menos

Levanta a perna direita.

Gun: Ooopa

Gun desequilibra e é sustentado por Marta, estava mole como um pudim.

Dr.: Dê café para o Lee, daqui a pouco vou dar um remédio para a ressaca.

Fazer o show, nem pensar. Vão demorar horas para ficarem bem. O Gun nem se levanta.

Cena 15

Lee conversa com Xanti- Dia Palco- Lousa com fotos de placas de trânsito- Uma régua bem grande para apontar as placas.

Xanti: Meu caro Lee, você pegou as “cartas de motorista”, mas duvido que tenha estudado para reconhecer as placas de trânsito.

Lee: Naum complica não, eles disseram que essas coisas se aprende na prática, é que nem andar de bicicleta, não adianta estudar tem que andar.

Xanti: Levaram-te no bico meu amigo, nem sei como você anda de carro por aí.

Lee: Outro dia eu estava indo para uma festa, entrei na contramão sem perceber. Fiquei insistindo, pedindo passagem.

Xanti: E ai, você deu meia volta, certo!

Lee: Sim, mas só porque percebi que a festa tinha acabado, já estavam todos voltando.

Xanti ri porque percebeu que era uma piada, ainda bem que ele mantinha o bom humor.

Cena 16-

Xanti mostra para Lee e à plateia algumas placas de trânsito.

Xanti: Lee vamos falar sério. Vou te mostrar algumas placas importantes e você diz o que elas representam, pelo menos as crianças aprendem um pouco e você vai sarando de sua bebedeira.

Lee: Ok! Já andei por ai, você vai ver, não erro uma.

Esta placa ( colocar desenho dela)

Lee: Essa é fácil, temos ruas que só vai para um lado, têm outras que vai para outro, neste caso o meu belíssimo carro, novinho de dá inveja pode ir prá lá ou pra cá.

Cena 17

Xanti: Muito bem! Palmas para nosso motorista.

Palmas.

Xanti: Agora vamos à outra. Deixa-me ver.

Lee: Esta eu ainda não vi, pelo menos não reparei, deve ser uma curva fechada a esquerda, na certa querem que eu reduza a velocidade.

Xanti: O que vocês acham, minha plateia. (Deixar que as crianças falem)

Diná (adolescente): Ele quase acertou Xanti, mas esta quer dizer que a rua que você está vai ter uma leve curva a esquerda.

Lee: Hummm, agora você falando, ficou fácil. E digo mais, se eu visse na rua ia entender facinho, facinho.

Xanti: Bem, até agora foi fácil, vamos ver a próxima.

Cena 18

Essa é muito fácil hein!

Lee: Essa eu tiro de letra.

Crianças brincando, é só eu passar buzinado que elas saem da frente, devagar é lógico, tem umas que são teimosas, pensam que a rua é delas.

Xanti: Lee, não. Como você está despreparado meu amigo.

Lee: Mas é só buzinar, prá que serve a buzina então? (Diz meio sem graça)

Xanti: Lembra que existem crianças que não ouvem? Além do mais você pode assustar uma delas e ao correr ela se machucar.

Lia: Lee, já aconteceu comigo. Machuquei-me muito.

Lee: Tanta regra né. Mas vou me esforçar para aprender tá bom. (Diz olhando para a Lia )

Cena 19

Xanti: Essa eu sei que você não vai errar.

Lee: Essa tem pertinho de casa. Minha filha estuda a duas quadras.

-Área escolar. (Diz todo cheio de si)

Tá vendo, sou observador.

Xanti: E o que você tem que fazer?

Lee: Se eu estiver de carro, hummmm, buzinar vi que não posso, então devo andar devagar observando bem se há crianças querendo atravessar a rua.

Crianças: Muito bem Lee. Andar também faz parte do trânsito, todos temos direito ao uso da rua, também nós temos que tomar cuidado.

Cena 20

Xanti: Essa você usou muitas e muitas vezes.

Lee: Agora uso muito pouco, meu possante me carrega onde eu quiser.

-Simples

Quando tiver uma por perto, ao invés de atravessar fora dela, vou e piso no macio do asfalto que me pertence. Simples.

Xanti: E se estiver meio longe?

Lee: Ai vou com cuidado, difícil é ter uma chance, mas tem que ter paciência né.

Xanti: Não. Lee!

- Você deve ir até a faixa. É sua segurança.

Lee: Vixi. Andar até a faixa? E se eu estiver com pressa?

Xanti: Melhor garantir que vai chegar do outro lado, muitos apostam e não chegam.

(coloca-se placa com estatística de atropelamentos)

Lee olha para a placa e se assusta.

Vixi, tantos assim, na certa não olharam direito.

Xanti: Não basta olhar, tem coisas que por mais atenção que tenha não dá para evitar, o melhor é usar a faixa.

Lee: Lembrarei-me disso.

Cena 21

Xanti: Esta aqui, não dá para ter dúvidas né.

Lee: Claro que não, vivo tirando fina deles.

Xanti: Como assim?

Lee: Eles são folgados, motociclistas então...(Diz com deboche)

Xanti: Sabia que você não pode passara menos de um metro e meio deles?

Lee: Até isso??? Assim fica difícil ser motorista.

Xanti: Não é fácil mesmo.

Robert: Xanti, toda criança deve usar capacete?

Xanti: Sim, em caso de quedas salva uma vida.

Lee: Lá vem ele, daqui a pouco vai mandar por erberg para aliviar o tombo.

Xanti: e já estão desenvolvendo. É muito complicado, mas uma hora chegam a um equipamento de segurança..

Le sorri e faz com o dedo sinal de que o Xanti é muito sonhador e diz|:

- Criançada tem que tomar cuidado, caiu vai ao hospital, eles se virão.

Xanti apresenta um capacete e Lee olha, e diz:

Começou, já já vou querer saber onde a criança vai sentar.

Quero ver lugar para o extintor, macaco, chave de roda...kkk

Xanti percebeu a brincadeira e relevou

Xanti: Outro importante acessório são as luzes para quem anda a noite, há várias opções para que o ciclista seja visto, sapatos com luzes, roupas, aros, capacetes com iluminação, tudo é importante, mas o capacete comum é essencial.

Cena 22

Lee: Xii, esta é estranha, pelo desenho é uma rua sem saída, a placa pede para voltar, tá vendo é só olhar e pronto!

Xanti: Tá vendo, esta você errou. É uma placa indicando uma rotatória, geralmente tem um jardim no meio, você vaie entra numa das ruas da rotatória.

Lee: Vichi, mas, por certo que ia descobrir rapidinho. Insistiu.

Xanti: O problema Lee, é que às vezes você tem segundos para atender o que a placa diz, não se pode ter dúvidas.

Vamos continuar, tô gostando de ver.

Cena 23

Esta, Sr. Lee

Xanti: Esta tá fácil, caro amigo.

Lee: Esta é fácil demais, vamos dizer que estou dirigindo a 120 por hora, testando o motor, tirando um rachinha, coisa entre amigos. Vejo uma destas, desacelero testando os freios do meu possante. Errei uma, mas por azar, vamos lá manda outra.

Xanti: E você pensa que acertou!

Lee: Errei. Como assim?.Explica para ver se me convence!

Xanti: Primeiro problema é estar a 120 KM/h em um lugar que a velocidade a seguir é 60 Km/h, não existe, esta redução é impraticável para os motoristas em geral, só se for à pista de formula 1.

Segundo, tirar racha é contra a lei, não se pode correr colocando em risco a vida de outras pessoas.

Terceiro, a placa quer dizer que a partir dela a velocidade máxima é a marcada na sinalização e não pense em aumentar a velocidade em seguida, é para manter na velocidade indicada.

Lee: Você complica demais Xanti, tenho direito a se divertir, prá que andar devagar se o velocímetro diz que meu possante chega a 140 Km/h. Quando precisar freio.

Crianças: Não!!!!

Micaela: Você não pode Lee, coloca em risco a vida dos outros.

Lee: Soltando uma lágrima diz baixinho:

- Sua vida também?

Micaela: A minha também.

Lee começa a chorar e olhar para cada criança apontando para cada uma e dizendo: A sua também, a última é a própria filha e ela responde:

-Sim pai.

Cena 24- Dia- palco-Lee conversando com Xanti

Lee: Bom, já que vocês não querem que eu faça o show, vou indo!

Xanti: Ah! Desistiu, hein

Marta: Lee, você não pode dirigir, tente entender.

Lee: Mas, eu vim dirigindo, um guarda me falou umas coisas e me deu este papel aqui ó.

Cena 25– Lee tira do bolso um papel- Dia –Palco

Lee tira o papel e mostra para Xanti e a plateia. Xanti: Deixe-me ver.

Xanti: Lee esta é uma multa por dirigir sem carteira, não sei como ele não percebeu que você estava bêbado.

Lee: Acho que é por causa da maquiagem, sei lá. E olha que eu mostrei prô guarda logo as duas cartas.

Xanti: Vamos ao menos ver como está o seu carro. Sempre fizemos shows juntos, mas nunca achei que você ia aprontar assim comigo.

Cena 26

Lee entra na cena com o carro, (de brinquedo, mas grande, ou de madeira ) um..... Não muito maltratado, mas sem acessório algum.

Xanti olha e logo observa dois pneus carecas nas rodas da frente.

Xanti: Veja Sr. Lee, ao menos coloque os dois pneus piores nas rodas traseiras enquanto não compra melhores, se estourar você perde o controle e pode causar um grave acidente.

Lee: Pra dirigir você diz que tô mal, agora quer que eu troque os pneus.

Lee fala demonstrando inquietação com a situação.

Xanti: Não precisa você trocar, depois nós damos um jeito, me deixa ver o restante.

Cena 27

Mostre-me então o extintor.

Lee: Sê tá colocando praga no meu carro, tá dizendo que ele tá tão ruim que vai pegar fogo?

Xanti: não, espero que não.

Cena 28

Diga pra mim, que pelo menos você tem estepe.

Lee: Não. Se pensa que furar o pneu é todo dia?Demora de um tanto.

Xanti: A questão é que não se sabe quando, então tem que se prevenir.

Pelo jeito você não tem o macaco, a chave de rodas, o triângulo.

Lee: E pra que tudo isto se não tem estepe?

Xanti: Hoje você vai acabar me tirando do sério.

Cena 29

Lee: Pode deixar que eu compro tudo isso quando pagar a última prestação.

Xanti: Bom pelo menos algo de positivo, e quantas faltam?

Lee: Bem, eu comprei faz dois meses são sessenta parcelas: 58 meses- rapidinho, quando vê já tô lá finalizando o carnê.

Xanti: Você está impossível.

Cena 30

Lee: Diga-me uma coisa Xanti. Depois de colocar isso tudo que você tá falando, onde vão caber minha esposa e os filhos?

Cena 31

Xanti: Pessoal, vamos ir para casa, outro dia nós marcamos o show. Desisto.

Cena 32

Lee: Já que vocês não querem fazer o show e não vão dizer que eu sou o culpado, por que eu tô bão, o Xanti é que tá com coisa na cabeça.

-Alguém vai querer carona?

Tô sozinho cabem três, pelo menos até comprar tudo que o Xanti falou.

(Lee fala com chacota em relação ao Xanti)

Cena 33

Leila: (Mãe de dois filhos) Lee, você não está vendo que nem pode dirigir, além do mais meus filhos são pequenos e não estou vendo nenhuma cadeirinha pra colocar eles.

Lee: Pronto. Mais uma. Um baita banco vocês vêm com história de cadeirinha.

Xanti: Dianta não, quando acabar a bebedeira eu te explico.

Lee: A estas horas nem blitz tem, vocês estão preocupados a toa.

Ouve-se o ronco do Gan e Gun que ainda não se mexiam.

Cena 34

O Dr. fala em voz alta: Pela situação deles (diz apontando para os dois), vê-se que não é questão de multa e sim de segurança, deixa que eu os levo para casa.

Final

Todos se colocam em posição de agradecimento e agradecem pela presença, Gan e Gun dançam alegres mostrando que tudo não passara de um grande show.

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 11/03/2018
Reeditado em 29/01/2019
Código do texto: T6276789
Classificação de conteúdo: seguro