Em Busca do Alguém

Minha cabeça estava cheia. Cheia de tantos pensamentos que eu mesma não compreendia. Como por exemplo, a Lua. Com todo seu brilho e imensidão. Ela esta fora do meu planeta, mas mesmo assim posso vê-la. Essa ideia é tão complexa e tão insignificante ao mesmo tempo.

Eu me chamo Samantha Marie Knobel. Eu nasci em Salisbury, Inglaterra. Uma cidade medieval com apenas 50 mil habitantes.

Minha mãe, Jane Knobel, se mudou de Londres para lá quando se formou. Meu pai, Charlie Knobel, que havia terminado o curso de Engenharia, saiu da França a fim de encontrar trabalhos melhores. Eles se encontram, se tornaram melhores amigos, começaram a namorar e se casaram, com o passar de alguns anos eu nasci e até hoje sou fruto do amor deles.

Tenho 17 anos, 1,62 de altura, sou míope e tenho longos cabelos castanhos. Sou uma menina bem reservada, tenho gostos diferentes do das outras pessoas, eu ouço musica clássica e indie e as únicas pessoas com quem converso são minhas duas empregadas Dóris e Adelaide que cuidaram de mim a vida toda enquanto meus pais trabalhavam, e Giulia Jones Bonnet, minha melhor amiga desde que tinha cinco anos de idade; ela é o oposto de mim, extrovertida, tem cabelos castanhos com mechas azuis, adora festas, e esta tentando fazer com que eu me torne mais sociável.

Minha historia começa em um domingo, dia 15 de janeiro, pela primeira vez o clima estava bom em Salisbury, nem muito frio, nem muito calor, perfeito. Eu e Giulia estávamos em Stonehenge, onde fica o alinhamento de pedras mais antigo que eu já ouvi falar, era nosso lugar preferido; estávamos deitadas olhando o céu como sempre fazíamos. Aproveitando o ultimo dia de férias...

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15 de janeiro, 2016

- Você acha que vai entrar algum menino bonito na escola esse ano?-Giudis me perguntou esperando uma resposta positiva.

- Como todo ano, eu acho que não... Mas talvez eu esteja errada. -Eu disse.

- Sam, não é por que esse é o último ano, que você vai perder as esperanças de encontrar a pessoa perfeita pra você!

-Eu já tentei muito, Giudis. E eu só tenho 17 anos... Mas ainda tenho fé que na faculdade vou encontrar alguém que me entenda. - Por mais que eu tenha dito isso, no fundo eu negava que um dia encontraria alguém que pudesse me amar do jeito que eu sou. Eu passei por um relacionamento difícil ano passado, depois de dois anos de namoro, não sabia se encontraria forças para amar de novo. E apesar disso parecer um drama tonto de adolescente, o primeiro amor a gente nunca esquece, principalmente quando ele acaba acaba de uma forma dolorosa.

- Você sabe que eu sou sua amiga e que nem sempre eu vou falar o que você quer ouvir, né?- Giulia pergunta, e já sei o que ela vai me dizer.

- uhum... - disse, sem o menor interesse de saber o que vinha pela frente.

- Você parou no tempo com o termino do seu namoro, aposto que o Arthur já superou. Agora só falta você.

- É claro que ele superou, ele nunca me amou. E eu prefiro me concentrar nos estudos do que ficar correndo atrás de meninos que ainda não cresceram. Você sabe disso. - Ela me olhou com pena. E naquele mesmo momento veio todas as lembranças de quando Arthur fazia parte da minha vida.

Giudis esteve comigo antes, durante e depois que ele terminou comigo dizendo que nós éramos muito diferentes. Quando ele disse isso só o que eu conseguia pensar era: Por que você não pensou nisso 2 anos atrás?! Porém não tive coragem de falar, simplesmente aceitei e corri pra casa da Giulia. Chorei por dois meses seguidos e parei de comer, de falar e de seguir o protocolo social seguido pelas pessoas normais. Depois de mais alguns meses, já me sentia melhor e determinada em nunca me sentir daquele jeito de novo.

- Vamos! Esta ficando tarde, preciso arrumar meus livros pra amanhã. –Precisava acabar com aquela conversa. Prometi pra mim que não lembraria, e não vou.

- Ok. Eu preciso decidir se eu vou com o cabelo solto ou se vou com ele preso, mesmo usando aquele uniforme ridículo preciso de um jeito novo para me deixar mais... Atraente.

- Você sempre arruma uma forma de transformar o sem graça no bonito, é por isso que é minha melhor amiga. - E lá fomos nós para o Porsche da Clary, rindo à toa até nossas casas.

Cheguei em casa muito cansada. Minha mãe e meu pai estavam no trabalho (como sempre). Dóris e Adelaide já tinham preparado minha cama, meu jantar e meus livros. Comi metade do prato que haviam preparado, fui tomar um banho quente e lá eu comecei a pensar em coisas que eu não compreendida, como sempre... Naquela noite eu pensei nas estrelas, como é possível que haja pontos que daqui são tão pequenos, mas olhados do espaço são planetas, ou fenômenos que ainda não podemos descrever? Eu penso nisso o tempo todo, talvez eu pense muito no impossível e esqueço de ver o que esta acontecendo a minha volta...

Ao terminar o banho, fui me deitar. Dóris e Adelaide entraram no meu quarto e por um momento eu me senti bem...

- Boa noite! Gatinha- elas me chamavam assim, por causa da gatinha Marie da Disney, e eu não sei o por quê, mas eu sempre gostei do apelido, talvez porque ele eternizava a inocência dentro de mim.

- Boa noite! Amo vocês!-Elas saíram do quarto e eu olhei através da janela.

--º--

Quando eu me levantei no dia seguinte e me olhei no espelho, tudo o que vi foi desespero. Eu estava prestes a começar mais um ano, com as mesmas pessoas, todas olhariam para mim e veriam uma menina louca que quase morreu depois do termino de seu namoro. E por mais que eu tentasse tirar aquela ideia da minha cabeça, ela não ia embora. Então eu decidi o que iria fazer...

-Dóris!!!! Adelaide!!!! Venham aqui rápido!! –Gritei, chamando minhas empregadas.

-O que aconteceu? Você se machucou? -Adelaide veio correndo, achando que algo ruim tinha acontecido comigo.

-Não... Eu só preciso de ajuda. Eu preciso que você me deixe bonita. – Eu sei que naquele momento eu estava sendo um pouco narcisista e fútil de mais, mas eu realmente queria começar o ano com o pé direito.

-Ah, Gatinha! Você não precisa de nada para ser bonita, você já é naturalmente bonita. – Eu odeio quando as pessoas falam bobagens como essa.

-Por favor, Adelaide. Não quero que as pessoas continuem me vendo como a garota sofrida e deixada... Quero que me vejam como uma garota forte e determinada, eu cansei de ver as pessoas tendo pena de mim. –Aquilo veio do fundo do meu coração, era realmente o que estava sentindo.

-Tudo bem, eu arrumo você. Mas lembre sempre que ser forte e determinada não é uma questão de aparência e sim de atitude. Venha, vamos ver o que podemos fazer com seu cabelo. – É um saco quando você esta errada e precisa admitir que errou.

Mesmo assim preferi me manter calada.

Eu estava pronta. Caminhando até a casa da Giudis que ficava no final da rua, nós sempre vamos à escola juntas.

Já tenho carteira de motorista e meus pais me deram uma Ferrari preta de natal, mas eu não a uso, eles acham que me dando coisas caras vai amenizar o fato de não estarem comigo o tempo todo, e eu sempre estou com a Giu, ela pode nos levar para qualquer lugar. Falando assim parece estúpido pensar que eu abandonei um presente que todos na minha idade sonham em ter, mas eu realmente queria estar com meus pais, eles deveriam ser meus melhores amigos.

Clary já estava no carro me esperando. Ela estava linda, seu cabelo estava preso em um coque com alguns fios azuis caídos, ela realmente conseguiu ficar atraente em um uniforme sem graça como o nosso.

Eu estava com o cabelo solto, com as pontas enroladas, raramente ia para escola de cabelo solto, nunca é tarde para experimentar coisas novas.

- Meu Deus! Você esta linda com o cabelo enrolado! Até parece uma escritora famosa. - Ela disse isso de propósito, porque sabe que o meu sonho é estudar literatura e me tornar uma escritora. Mesmo sabendo sobre o elogio manipulado, meu ego cresceu, até que era legal me sentir bonita.

-Valeu... Eu tentei. Mas e quanto a você? Seu cabelo está maravilhoso e essa sua dieta de não comer nada ta realmente fazendo efeito, você parece uma modelo da Victoria Secrets. –Ela estava bonita de mais... Alguma coisa tinha acontecido.

-Você esta bonita de mais pro meu gosto. O que aconteceu que você ainda não me contou?- Eu disse, com medo de ouvir a resposta. Talvez ela esteja namorando, ou, talvez ela tenha feito algo que não devia.

- O jeito que você me conhece me assusta ás vezes. Eu descobri uma coisa. –Me senti mais aliviada. Já podia descartar minhas duas hipóteses.

-Você poderia parar com tanto suspense e me dizer logo o que você descobriu.

-Ok... Hoje de manha eu recebi uma mensagem da Liz e ela me disse que vão entrar dois meninos novos que vieram de Londres e são mais lindos do que a pessoa mais linda que a gente já viu na vida. Eles são melhores amigos desde infância, tipo a gente, eles falam Frances fluente e estão solteiros, ou seja, nós temos uma chance de conquistá-los antes que alguma outra menina faça isso.

Ela disse tudo muito rápido, como assim meninos novos na escola? Minha cidade parou no tempo, eu achava que ninguém sabia que esse lugar ainda existia. Eu comecei a ficar ansiosa. O que será que eles pensariam de mim? Será que eles vão me achar bonita? “Calma, Sam” Disse a mim mesma. “Calma” Prometi que não ia me envolver com ninguém.

-Você nem respirou pra falar, então eu suponho que você esteja bem interessada. Já sabe qual é o nome deles?- Perguntei.

-Sim.

-E qual é?

- Eu não vou te dizer.

-Por que, não?- Não estava entendendo.

- Eu quero que você descubra o nome deles sozinha, talvez assim você recomece a falar com meninos. - Ok. Essa foi a coisa mais ridícula que eu já ouvi na vida.

- Eu posso perguntar pra Liz. Não preciso que você me diga. E outra, isso não é a coisa mais importante do mundo. - Eu já estava ficando com raiva.

- Qual é Sam! Eu só estou tentando te ajudar. Sai dessa bolha! - Não queria mais ouvir o que ela tinha a dizer.

- Só liga o carro e me leva pra escola, por favor. – Eu não estava brava com ela. Saber ou não o nome de meninos que eu nem conheço não iria estragar minha amizade.

- Eu ainda te amo, Samantha Marie. – Ela sempre diz coisas que me fazem sentir culpada.

- Eu também... Por mais irritante que você seja. Eu também te amo Bonnet.

E lá fomos nós, rumo à escola.

Nós estacionamos o carro. Clary ficou ajeitando o cabelo e a maquiagem, enquanto eu terminava de ler o último capitulo do meu romance. Liz, Margaret, Hazel e Alex, vieram em nossa direção. –Eles eram nossos colegas na escola, basicamente, todos que não se encaixavam acabavam entrando no nosso grupo. Cada um tinha sua própria historia, e assim como eu, estavam tentando fazer parte desse universo composto por coisas que não compreendemos.

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Eu já estava na minha 3ª aula e ainda não tinha visto nenhum menino novo. Acho que os boatos estão errados.

A 4ª aula tinha acabado e já era hora do almoço. Até aquele momento tudo parecia normal, ninguém olhou pra mim ou sentiu pena de mim. Estava indo até o refeitório e assim que entrei pude ver a mesa que sempre ficamos. Todos estavam lá conversando, comendo... felizes. Eu peguei meu almoço e me sentei.

- Hazel você precisa parar de comer tanta porcaria, assim você vai pegar uma intoxicação alimentar. – Margaret disse com tanta seriedade, que todos na mesa pararam para olhar.

-Ai! Para de pegar no meu pé. – Hazel respondeu tentando amenizar a situação.

Fazia tempo que não via aquelas duas brigando. Fiquei feliz por estar ali. Havia tempo que não estava com meus amigos, só com Giulia; Eu sentia saudades de me sentar e contar meu dia, confiar naquelas pessoas que estavam ao meu redor e ouvir o que tinham para me dizer também... Eu quero tudo isso de volta e cabia a mim restaurar.

Enfiei um pedaço de peixe na boca e ouvi alguém dizer:

- Gente! São eles...

De repente o refeitório começou a ficar mais barulhento que o normal, dava pra ver todos cochichando um com os outros, olhando para traz e dando rizadas indiscretas; já sabia o que aquilo significava. Me virei e lá estavam. Dois belos e altos meninos, os alunos mais esperados do ano. O primeiro tinha cabelos enrolados e uma barba que o deixava bem mais velho. O segundo tinha a pele bem clara, seu cabelo era liso e levantado na frente, os dois tinham olhos castanhos, brilhantes. Clary tinha razão, eu nunca tinha visto meninos tão bonitos quanto aqueles. O Arthur nem chegava perto da beleza deles, ele tinha olhos puxados e era inteligente e era encantador, mas não tão bonito de morrer, a pesar da minha queda por asiáticos.

Todos estavam rodeando eles. Fazendo perguntas sobre Londres, as cidades em volta e qualquer outra bobagem que lhes vinham à mente. Eu notei que eles se assustaram um pouco com tantas perguntas e recuaram um pouco.

Quando o sinal soou. Eu me levantei e me dirigi à sala de aula sem dar muita importância em conhecê-los. Tive as restantes quatro aulas normais. Tentei me concentrar ao máximo e felizmente até aquele ponto todas as matérias estavam fazendo sentido.

Giulia já estava no carro, o sorriso dela estava bem maior que o de costume.

- Adivinha que melhor amiga vai sair comigo hoje?- Quando a Giudis fazia esse tipo de pergunta, já sabia que provavelmente diria não a qualquer coisa que ela me dissesse.

- Quem? Não sou boa com adivinhações. -Brinquei.

-Você! E sabe o por quê? - Eu não estava nem um pouco a fim de saber o por que.

- Por educação eu vou perguntar... Por que eu deveria sair com você hoje à noite Bonnet?

-Simplesmente porque todos vão! Inclusive os mais gatos do colégio. – Ela estava me comprando com meninos bonitos que eu nem conheço.

- E posso saber pra onde vamos? – Como eu disse, nunca é tarde para fazer coisas novas.

- Vamos ao The Chapel! – The Chapel é só a maior balada que existe na cidade, quase todo mundo vai pra lá, tem bebidas e música alta, tudo o que eu mais detesto na vida.

- Essa não é aquela balada aonde todos vão, tem musica alta e eu nem pensaria em chegar perto?

-Sim! Mas como você me ama e faria tudo por mim, você vai quebrar um galho!– Ela ligou o carro e começou a andar.

Metade de mim conseguia encontrar os melhores motivos para dizer que eu não iria, mas a outra metade pensava no ano passado. Giudis deixou de ir a um monte de festas para não ter que me deixar sozinha.

-Por mais que eu ache esse lugar horrível e perigoso eu vou fazer esse favor por você... Mas só porque você cuidou de mim quando eu estava mal. – Ela me olhou surpresa e começou a berrar.

- Eu sabia! Você é a melhor amiga do mundo todo! Te amo! Te amo! Te amo! – Eu sabia que alguma hora iria me arrepender de ter dito sim, mas tinha que cumprir minha palavra, pelo menos por Bonnet.

--º--

Depois da escola, fiquei a tarde toda no meu quarto estudando as matérias que tinha visto no dia. Estava quase na hora de começar a me arrumar e já tinha recebido muitas mensagens da Clary confirmando que eu sairia com ela à noite. Lá no fundo, eu sabia que sair logo no início das aulas não era a melhor decisão do mundo, mas logo tirei isso da cabeça e fiquei repetindo a mim mesma “Sai dessa bolha! Sai dessa bolha!”.

Comecei a me arrumar. Clary parou o carro na frente de casa às nove horas e me deu um abraço, depois disso ela ligou o carro e saímos daquela rua.

The Chapel estava lotado. Parecia um enxame de abelhas no qual eu fazia parte. Estava começando a me arrepender de ter dito sim á Clary. A música estava absurdamente alta e as pessoas que estavam dançando pareciam que tinham levado um choque. Ficamos o momento todo com nossos amigos, dançando e rindo.

- Vamos dançar como se hoje fosse o último dia de nossas vidas!

- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ JÁ ESTA BEBADA! – Olhei para Giulia e ela estava com um copo na mão.

- A vida é curta de mais pra esperar, Gatinha Marie! – Era um pouco engraçado ver ela daquele jeito. – Dança! Dança com a gente Marie!

Eu não sei o que aconteceu comigo naquele instante, não sei se foi a musica, as luzes ou a bebida estranha que eu estava tomando, mas eu comecei a dançar como se minha vida dependesse daquilo, foi a melhor sensação do mundo. Todos dançando, rindo e felizes. Tudo parecia um sonho. Minha música favorita começou a tocar e tudo estava girando, eu estava muito feliz.

Como já esperado os meninos novos estavam lá também e algumas meninas estavam tentando chamar a atenção deles, mas parecia que eles estavam dando mais importância a musica que estava tocando do que a elas, o que me fez dar muita risada.

Liz e Margaret também estavam dançando com a gente, Hazel e Alex chegaram logo depois, formamos um grupo e começamos a dançar todos juntos. Ao passar de algum tempo nós fomos saindo do grupo, ou para ir ao banheiro ou para buscar novas bebidas. Tudo estava tão bom que eu nem percebi o tempo passando. Alex foi chamar eu e a Giu (que estava sendo a atração da pista de dança, com seus passos rápidos e uma coreografia perfeita). Ele disse que já era tarde, que nós havíamos bebido e que ele tinha pedido um taxi, tudo que precisávamos fazer era esperar no fundo do The Chapel que era onde a maioria dos taxis ficava. –Alex sempre cuidou de nós, ele era o único menino do grupo então, acho que se sentia obrigado a ser o cuidador de 4 meninas loucas- Era como se ele tivesse um instinto “Macho Man” ou algo do tipo.

Giudis e eu saímos e não tinha quase ninguém no fundo da balada, estava começando a esfriar e eu já estava sentindo o efeito daquelas bebidas que havia tomado.

Um cara chegou próximo de nós, ele devia ter uns 30 anos ou mais, parou do lado de Clary e ficou olhando para ela. Em uma cidade como a nossa, encarar pessoas não era comum por que todos se conheciam e sabiam tudo sobre a vida do outro. Quando ele finalmente decide para de encarar, balbucia uma frase.

- Oi boneca! Eu daria tudo pra ver o que tem debaixo desse seu vestidinho.- Aquilo já estava ficando estranho, podia sentir que alguma coisa estava prestes a acontecer.

- Que pena, eu não daria nada por você. – Foi o que ela disse.

A expressão no rosto dele mudou, passou de sorridente para frio. As palavras que vieram da boca dele em seguida foram secas e irritadas.

- Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? – Eu já estava começando a ficar com medo. Tudo que queria era sair dali.

- Talvez a menina que esta te dando um fora. – A Giulia sempre foi bocuda quando se trata de pessoas ignorantes, mesmo nas horas que o ideal seria ficar calada.

- Para! Bonnet. Olha moço nós estamos cansadas e só queremos ir pra casa. – Eu disse tentando parecer o mais calma possível, mas ele fingiu que nem ouviu.

Ele começou a tocar na Clary de um jeito bruto, tentando se aproveitar dela; Ele puxou o cabelo dela em direção a parede, prendendo seus bracos com as mãos, tentando beija-la. Ela o empurrou e isso fez com que ele ficasse ainda mais irritado, aquela cena toda estava acontecendo muito rapidamente, ao ser empurrado ele revidou com um tapa no rosto dela, fazendo com que ela começasse a gritar euforicamente, não tinha ninguém por perto então comecei a agir por impulso, comecei a bater nele com todas as minhas forças, mais ele me deu um soco que me fez cair no chão.

- Sam! Você está bem?- Ela gritava- Sai de perto de mim!– Eu estava deitada no chão ouvindo o choro e os gritos dela. Por um momento eu achei que aquele era o nosso fim. Minha cabeça começou a parar de tentar se manter acordada.

Eu ouvi pessoas chegando, ouvi socos e chutes, e nada da Giulia. Sinto alguém me pegando no colo. Suas mãos e seu corpo estão quentes e sem perceber eu apago.

Disponível tbm em:

https://www.spiritfanfiction.com/historia/em-busca-do-alguem-15551224/capitulo1

Sofia Serra
Enviado por Sofia Serra em 21/01/2019
Código do texto: T6555891
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