Deixa cair!

"Sabe quando você tem um filho e dá a ele tudo aquilo que você nunca teve? E procura mimá-lo enchendo-o de amor e capricho a ponto de não deixá-lo, sequer, senti o chão com medo dele contrai doenças?

Pois é, e aí a criança vai crescendo cheia de ousadias e não sabe o gosto da frustração. Nem ao menos um mínimo de decepção. Pois sempre foi poupada e amada, por demais.

Nunca imaginou a sensação de esperar, porquanto os pais sempre a trataram com tanto esmero que não poderia passar pelo sofrimento de senti tudo aquilo que eles sentiram, nem pagar o preço, por mais simples que fosse, por algo. Eles pagavam pelo menino(a). E pagavam literalmente, custasse o quanto fosse.

Não sabiam os pais que, ao educarem dessa maneira estavam alijando-os do seu próprio crescimento. Eles foram podados em vida pelos próprios genitores, sem saber, e excluídos foram do processo natural de desgaste humano, de lidar com as frustrações e dores, que não só servem para marcar uma vida, mas, sobretudo, para ensinar valores.

Não os monetários, mais os valores humanos, princípios éticos essenciais a sadia qualidade de vida.

Portanto, que haja percepção no ato de educar. E cada tentativa de ensino repouse, simplesmente no 'deixar cair'. Pois só conseguirá levantar aquele que um dia caiu. Isto é, deixe a criança ser criança, deixe-a envolver-se consigo mesma, e errar, e cair, e chorar.

Só aquela que brincou na rua, terá peito para lidar com as próprias decepções e com as do mundo, enquanto adulto; e não são poucas."