a praça

Era quase uma obrigação ir para a praça a noitinha, não havia internet, íamos chegando um a um, eu o Alex o Milton Wolf o Juan o Ronaldo o Ivan com o violão debaixo do braço e ai começava a rolar as modinhas, tinha uma que nunca esqueço bem assim : " Ciranda cirandinha o quera doce se acabou, nosso amor que lindo, como vidro se quebrou"."Acorda criança um novo dia vai raiar, é sol primavera céu azul, verde do mar."" Quando eu era pequenino, eu perguntava ao meu papai, se serei pobre ou muito rico, o que sera sera." ficávamos ali por horas e horas eramos jovens cheios de sonhos e idéias imaginando o que seria o futuro, quero ser isso ou aquilo, viu o monza novo do Leonel? Um dia vou ter um igual! fulano tá namorando, putz fulana tão novinha casou! Caramba, eu que não vou casar tão cedo, a noite ia avançando e a gente se despedia já marcando para a noite seguinte, sempre havia um motivo para serenatas, Ah professor Tibagi, lembro que teria prova no outro dia nos juntamos e fomos para a frente de sua casa fazer a cantoria mais ou menos assim:

"Tibagi não é hora de dormir, Tibagi vem aqui nos atender",

Os anos foram passando, as cantorias foram minguando, uns foram embora, outros foram casando, dai percebemos que crescemos, a praça ainda está lá, os bancos, as arvores que nos abraçavam não resistiram aos anos e aos homens, o violão agora calou-se de vez.

Ivan resolveu ir tocar em outras pradarias, por aqui o violão calou-se.

O riso cessou, a musica parou, e você partiu, até um dia IVAN FRANÇA.

Sergio Nogueira
Enviado por Sergio Nogueira em 29/08/2020
Reeditado em 31/08/2020
Código do texto: T7049381
Classificação de conteúdo: seguro