Das Flores... (para não dizer que eu não falei...)

Maria das Flores, simples e aparentemente ingênua, cultiva flores raras.

Ela cultiva um olhar inocentemente apaixonado.

Ela esboça um sorriso florido e generoso.

Ela gira todos os assuntos das conversas, a fim de que apontem em direção ao Sol.

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Maria das Flores reconhece que existem dores — pois sua mãe se chamava Maria das Dores.

A risonha Maria das Flores tem ancestralidade portuguesa, com certeza.

Porém, a Maria das Flores ama o Brasil, onde nasceu.

Maria das Flores ama a miscigenação que (segundo ela diz) prova que Deus é um grande jardineiro.

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Maria das Flores tem um pensamento perfumado, impregnado de paixão pela vida.

As mãos da Maria das Flores são perfumadas e alguém que a amou disse que sua saliva é doce.

Maria das Flores desperta clamores para que seja constante sua presença tímida e lúcida.

Quem são os filhos da Maria das Flores? São todos aqueles frutos emocionais imediatos que podem ser observados nas crianças na forma de sorriso, diante de uma companhia tão doce como a dela.

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Maria das Flores não esquece sua inspiração personificada, a quem ela dedica sua prece diária, que é a Maria Santíssima — aquela cujo Santo Filho recomendou que não sejam as crianças impedidas de conhecer a Luz que ali estava personificada diante de todos.

Maria das Flores não tem grandes pretensões. Ela só deseja que lhe permitam ser simplesmente... Maria.

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Da série: “Ela está no meio de nós”

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