Dinheiro

Dinheiro pra quê, eu não consigo entender

Tudo é trabalho, mesmo que seja diversão

Dinheiro pro pão

Dinheiro do cão

Dinheiro no chão

Dinheiro

Sem nenhum dinheiro

Dinheiro na mão

Dinheiro ladrão

Dinheiro-sabão

Dinheiro

Sem nenhum dinheiro

Dinheiro pra quê, eu não consigo entender

Tudo é trabalho, mesmo que seja diversão

Dinheiro de “bêbo”

Dinheiro recebo

Dinheiro “num” devo

Dinheiro

Sem nenhum dinheiro

Dinheiro no prego

Dinheiro pro ego

Dinheiro “num” nego

Dinheiro

Sem nenhum dinheiro

Mas sem dinheiro é que a vida é uma desgraça, não tem pão, não tem cachaça

Nem tampouco diversão

E a vida inteira feito um burro se trabalha e o salário é quase nada

Não dá nem pra prestação

E os meus sonhos se desmancham no espaço, com o tempo despedaçam

Resta a televisão

Lá tudo pode, ir de Paris a Nova Iorque pra dançar um Fox-trote

Vidas feitas de ilusão

Valerioduto, é mensalão, muita propina, é caixa dois, é todo mundo, seção solene é hora extra,

E o que me resta, o que me resta?

Esse bolso vazio

Esse olhar descrente

Vendo toda essa gente não pensar no amanhã

Eu não quero mais dinheiro

Nem ao menos ser mais

Eu só peço humildemente uma chance pra viver

Não entendo essa mente

Que abandona sua gente

Mesmo sabendo que um dia a morte irá vencer

O que se leva?

O que te leva?

O que me leva!

Jefferson Moraes
Enviado por Jefferson Moraes em 11/04/2006
Reeditado em 29/11/2010
Código do texto: T137267
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.