Guria

Letra: Vaine Darde

Música: Antônio Guadalupe

Há lua nos teus olhos de cacimba

clareando a tapera do meu ser,

eu bebo o luar que me ilumina

e morro em ti de tanto bem querer.

De tanto sol em ti, em pele pêlos,

nuanças de sublimes arrebóis,

tu trazes a aurora nos cabelos,

eu sofro a aflição dos girassóis...

Contigo eu conto estrelas pelo campo

na imensidão do Sul, a te buscar.

A noite escreve amor com pirilampos

nas luzes que eu leio em teu olhar.

Guria, tanto tempo sou cativo

de todo esplendor que me perdi...

Guria, tu me matas no quer vivo.

eu vivo de morrer de amor por ti.

Teus olhos me prometem margaridas,

presságios de floradas campo afora,

pra eu colher teus beijos pela vida

vivida sob o signo da espora.

Em ti, cada ocaso é uma promessa,

o que me vive em ti alcança o mate.

Há tanto há dividir na pampa imensa

e a tua ausência dorme no meu catre.

Se me apartar de ti não há sossego,

Sou só mais um perdido por aí,

Eu sem o teu olhar me sinto cego

Porque só tenho olhos para ti.

Guria, tanto tempo sou cativo

de todo esplendor que me perdi...

Guria, tu me matas no quer vivo.

eu vivo de morrer de amor por ti.