Lâmina do deboche
Ter o coração atravessado
Por um punhal que não me causa morte
Deixa a dor latejando
É lâmina do deboche
Que disputa os segundos
Que desfruta dos meus surtos
De vontade imaginária
Sem meios de concretizá-la
É a rua de um bairro
Imantada pelo inexplicável
É querer rasgar o escudo
Que separa o breu da claridade
É assim meu ideário
Seu sorriso que estoura o tímpano, suave
Sua presença lúbrica enervante
Seus meios de querer se anunciar
Gesticulando no ar
Seus passos contidos
Sua maneira de acenar
É tudo de tudo que possa te cercar
É infindável descrever
O jeito de ser de quem se ama
Tudo isso são lâminas
Que contrastam com sua figura
Mas agridem impunes
Sem mesuras