poema velho

porque o carnaval é velho

também é velha a folia

de quem nasce vive e morre

caminhando em romaria

e despindo velhos medos

vestem velhas fantasias

porque o carnaval é velho

mais velha é a luz do dia

porque as nuvens são velhas

como é velha a tempestade

que emana do copo d’água

e encharca belas cidades

e apagando velhas brasas

velhos lagos nos invadem

porque as nuvens são velhas

mais velha é a cumplicidade

porque o amor é tão velho

é velho que nem a ira

de quem calado consente

a voz que jamais saíra

e por crer em velhas falas

amam ouvir velhas mentiras

porque o amor é tão velho

mais velho é o som da lira

porque o vinho bom é velho

mais velho do que esse vício

de beber no fim da festa

procurando pelo início

e buscando velhos voos

surgem velhos precipícios

porque o vinho bom é velho

tão velho quanto difícil

fred martins e manoel gomes
Enviado por Nathália Lima em 03/03/2018
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