OLHOS VENDADOS

OLHOS VENDADOS

Aconteceu com craque, comoveu o necessário.

Enquanto combate diário sequer é comentado.

Fala notícia da fratura, falcatrua, fretar anuário.

Ser mais importante, se dar prazer, acomodado.

Tristeza só pode trazer lágrimas, dever ter ação.

Solidariedade no ato mais lastimável, na facção.

Que cresce, olhos vendados, sem menor reação.

Como será luta, continuaremos parados ou não.

Vivemos sendo sugados, desde o tempo achado.

Primeiro tira o pau, leva banana, a goela abaixo.

Escraviza, explorando trabalho alheio, o tratado.

Liberdade a meio mastro, na bandeira, embaixo.

Esperto apunhala as costas do distraído, otário.

Governo de minha vida depende do mesmo vil.

Sem atenção comparsa, perde parte do salário.

Piso, calo, escuto, memória volta, já era, partiu.

Sempre a mesma desculpa, falas pelo cotovelo.

Nada muda o meu grito e esperança ouça calar.

Essas merdas que fedem, embolando o novelo.

Tricotando palavras, inventando poesias, rimar.

Ladrão, corrupção, ativa, passiva, total, parcial.

Maneira de luta cabível, diante tal importância.

Como fazer entender que não está no racional.

Passar por cima do outro, o porte por ganância.