BRILHO FALSO

BRILHO FALSO

Começou a chover, regue mesmo, enxague, planta.

Esperança de tempos mais amenos à sobrevivência.

Esteiras de compasso acelerado, ao que desencanta.

As margens sombrias de autoridades da assistência.

Todo esse tempo busquei aceitar tudo como indolor.

Desviar dos caminhos, das muralhas que me cercam.

Por dinheiro no bolso, sobra, que cospe trabalhador.

Esquece um dia seus sonhos, que pesadelos pecam.

Vendo um cabrito, que pastava outra grama, a quilo.

Normal, diante desastre fiscalizado, só, por ninguém.

Hospital, caos, amenizada partidária, serve tranquilo.

Cubro-te o teto, em troca do favor da urna que vem.

Entre outra promessa, descumprida, alimenta o vão.

Espaço entre o céu e a terra, permanente e estreito.

Um brilho falso, próprio umbigo, centro de atenção.

Quando abertura fechar, somente o bem será aceito.