Zé
Ele surgiu como quem não quer nada,
No canto do balcão em plena batucada,
Pediu um tira gosto e uma loira gelada,
Paquerou discretamente toda mulherada
Lenço e gravata vermelha, cobrindo a sobrancelha
Um chapéu invocado,
Todo de braco, um artista, passista malandriado, lá na Lapa e no Salgueiro ele faz seu reinado
A preta mais cobiçada, só tem olhos pra ele, ela está enfeitiçada, uma Loiraça exuberante já entrou na jogada,
O malandrinho, ele arrasta até mulheres casadas
É pois é, não preciso nem dizer pois todos sabem quem é
É pois é, ele vem de umbanda e chega no candomblé,
É pois é, com um cigarrinho de palha chega dando um rolé
É pois é, no Cacique,no cassino,adora um cabaré
É pois é, tem sempre uma danada querendo ser sua mulher
É pois é, quem carrega esse moço é carregado de axé
É pois é, não me desminta, é seu Pilintra no improviso de zé.