CHÃO DE PANO

OUTRAS MONTANHAS

A vida é como uma pedra, se não soltá-la, impossível o nadar.

Submersa igual aquele brinquedo, um dia mais cedo, ludibriar.

Tempos de mentira, falar a verdade, um ato para revolucionar.

Mesquinharia devorada na gaveta, de enfeite, sem outro lugar.

Tem problema inconciliável, arruma mala, pede, para encaixar.

Acorde de si bemóis, veloz, algo como no felino feroz, ao tocar.

São tantas caixas espalhando chão de pano, ledo, por esmagar.

Memória da mesma história, esquece, está na hora, de relaxar.

Vou remover outras montanhas, preciso, mais para conquistar.

Batata derretida, tempo não volta, entoca a lembrança do mar.

Talvez uma praia, um saque, a caia, saída de canga, pra variar.

Estou no limite, crédito acabando, sem medo, só posso labutar.

Meu sonho de consumo tem, por anseio, objetivo pra alcançar.

Passeio de carro por perto, faço tudo para sempre economizar.

Gasolina vai subir outra vez, mas sendo freguês devo acreditar.

Estou com sono, quatro matinal, colchão é bom, vou me deitar.