Deixas Em Mim Tanto De Ti :. (Pedro Abrunhosa)

A noite não tem braços

Que te impeçam de partir,

Nas sombras do meu quarto

Há mil sonhos por cumprir.

Não sei quanto tempo fomos,

Nem sei se te trago em mim,

Sei do vento onde te invento, assim.

Não sei se luz da manhã,

Nem sei o que resta em nós,

Sei das ruas que corremos sós,

Porque tu,

Deixas em mim

Tanto de ti,

Matam-me os dias,

As mãos vazias de ti.

A estrada ainda longa,

Cem quilómetros de chão,

Quando a espera não tem fim,

Há distâncias sem perdão.

Não sei quanto tempo fomos,

Nem sei se te trago em mim,

Sei do vento onde te invento, assim.

Não sei se luz da manhã,

Nem sei o que resta em nós,

Sei das ruas que corremos sós,

Porque tu,

Deixas em mim

Tanto de ti,

Matam-me os dias,

As mãos vazias de ti.

Navegas escondida,

Perdes nas mãos o meu corpo,

Beijas-me um sopro de vida,

Como um barco abraça o porto.

Porque tu,

Deixas em mim

Tanto de ti,

Matam-me os dias,

As mãos vazias de ti.

Cláudia Franco