Belforeggae

Em uma noite de cidade negra

Perambulava o nosso Rás Bernardo pelos guetos da cidade...

Que num momento crucial de um blecaute gritou...

- Miro, deu pane na via light;...

Mas e dai, Bernardo, depois de tudo pelos becos da cidade nos sobrou nocaute.

Foi quando reggaetot num magma de vozes assim cantou:

E, ô, e, e, ô, e, ô, e, e, ô, melou, melou. (bis)

Miro, deu pane na via light;...

Mas e dai, compadre, nos deixou Nocaute.

Mas que kizumba ficou a belmontan dessa cidade...

Foi quando nos trouxeram uma gnose da cidade de Iguaçu

Que na origem da raiz do gueto permitiu dizer,...

Mesmo dançando este reggae urbano somos todos negrotú.

E, ô, e, e, ô, e, ô, e, e, ô, melou, melou. (bis)

Miro, deu pane na via light;...

Mas e dai, compadre, nos deixou Nocaute.

Lê, lê, lê, ou, lê, lê,... (bis)

Não tenho culpa se não ouviu, por essa estrada, a banda negril.

Na minha pátria não vejo cor, não sigo credo, não curto grupos...

Mas tenho um Deus que me habita e vale mil...

Não sou de briga e não sou frouxo, por isso tudo...

Vamos explodir uma cabeça de nego em Belford Roxo. (BIS)

Lê, lê, lê, ou, lê, lê,... (bis)

E, ô, e, e, ô, e, ô, e, e, ô, melou, melou. (bis)

Vicente Freire (1997)