POEMA doido de NOVEMBRO

Estive no breu, Vivi na incerteza, Andei, cantei, gritei, jurei por ai...

Eu suspirava, Eu sussurrava, Acendi velas brancas e de cores escuras

Criei versos e trovas...

Embriagado e delirado virei o profeta piada do bairro

Me tornei um poeta mal amado, Nos botecos muitas bocas me odiavam

Minha cabeça foi a prêmio

Me escondi em uma toca escura e totalmente suja, Fui mutilado

Fui banido, Fui um bandido desvalido, Fui censurado até na romaria

Me fantasiei pra me consagrar e fui até encontrar o plano do Pai Eterno

Passei pelo inferno de Bogotá, Mas encontrei o verdadeiro Juiz

O Psicologo, O Fiel, O Rei Amoroso

Conheci o nordeste brasileiro num dia inteiro, Entendi Veneza

Compreendi a Grécia e suas tragédias

Vi Shakespeare, Dom Casmurro e Otelo tomando café expresso no saguão de um prédio qualquer

Perdi o medo, Passou a raiva, Deixei a dor de lado, Esqueci da inveja

Voltei a ser tímido de novo, Tinha chegado ao fim minha paranoia

Oh Glória! Chega de emoção tola, Chega de tristeza boba

Chega de depressão, Chega de humilhação

Encontrei Machado, Eça e Graciliano no jardim

Agora sim começou o ano de 1992 pra mim

Paulo Poba e Suzana Costa
Enviado por Paulo Poba em 06/11/2018
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