POEMA doido de NOVEMBRO
Estive no breu, Vivi na incerteza, Andei, cantei, gritei, jurei por ai...
Eu suspirava, Eu sussurrava, Acendi velas brancas e de cores escuras
Criei versos e trovas...
Embriagado e delirado virei o profeta piada do bairro
Me tornei um poeta mal amado, Nos botecos muitas bocas me odiavam
Minha cabeça foi a prêmio
Me escondi em uma toca escura e totalmente suja, Fui mutilado
Fui banido, Fui um bandido desvalido, Fui censurado até na romaria
Me fantasiei pra me consagrar e fui até encontrar o plano do Pai Eterno
Passei pelo inferno de Bogotá, Mas encontrei o verdadeiro Juiz
O Psicologo, O Fiel, O Rei Amoroso
Conheci o nordeste brasileiro num dia inteiro, Entendi Veneza
Compreendi a Grécia e suas tragédias
Vi Shakespeare, Dom Casmurro e Otelo tomando café expresso no saguão de um prédio qualquer
Perdi o medo, Passou a raiva, Deixei a dor de lado, Esqueci da inveja
Voltei a ser tímido de novo, Tinha chegado ao fim minha paranoia
Oh Glória! Chega de emoção tola, Chega de tristeza boba
Chega de depressão, Chega de humilhação
Encontrei Machado, Eça e Graciliano no jardim
Agora sim começou o ano de 1992 pra mim