Não Largo a Minha Vida de Beira
Num largo a minha vida
De bêra
Nem troco a minha paioça
Por uma mansão.
Pois da palhoça
Ôço as cachuêra
Séliva de pedra
Não é o meu sertão.
Vida de bêra
Bêra do rio
Terra sedenta
Terra no cio
Num largo a minha vida
De bêra
Nem troco as minha terra
Pelo asfarto não.
Nas minha terra
Agasaio as semente
E no asfarto
Só tem poluição.
Vida de bêra
Bêra do Rio
Terra sedenta
Terra no cio
Num largo a minha vida
De bêra
Nem troco a minha nôte
Pelo tale de motele não.
Os nossos beijos sob a luis da lamparina
E o silênço da noite insina
O corpo de Teresa é açôte
Que incendeia meu rincão.
Vida de bêra
Bêra do rio
Terra sedenta
Terra no cio
Iscuita só...
O canto da Saracura!
Sô filiz dimais!
Ninguém me sigura!
Eitia vida de bêra...bêra do rio...belezura!
Inté pesuale!Inté!