Não Largo a Minha Vida de Beira

Num largo a minha vida

De bêra

Nem troco a minha paioça

Por uma mansão.

Pois da palhoça

Ôço as cachuêra

Séliva de pedra

Não é o meu sertão.

Vida de bêra

Bêra do rio

Terra sedenta

Terra no cio

Num largo a minha vida

De bêra

Nem troco as minha terra

Pelo asfarto não.

Nas minha terra

Agasaio as semente

E no asfarto

Só tem poluição.

Vida de bêra

Bêra do Rio

Terra sedenta

Terra no cio

Num largo a minha vida

De bêra

Nem troco a minha nôte

Pelo tale de motele não.

Os nossos beijos sob a luis da lamparina

E o silênço da noite insina

O corpo de Teresa é açôte

Que incendeia meu rincão.

Vida de bêra

Bêra do rio

Terra sedenta

Terra no cio

Iscuita só...

O canto da Saracura!

Sô filiz dimais!

Ninguém me sigura!

Eitia vida de bêra...bêra do rio...belezura!

Inté pesuale!Inté!

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 06/11/2018
Reeditado em 28/05/2019
Código do texto: T6495802
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