Xangô

XANGÔ

Parou! Se armou mais um doutor!

E a paz: - Pra onde eu vou?

Machado de Xangô!

Proteção pro meu povo!

Fé no meu Senhor!

Ano 2000. Tecnologia a mil.

Me arrepio de saber: vários coração vazio por aí também tão de fuzil.

Vamos legalizar! Vamos, legalize!

O movimento é bem maior que eu e você.

Acorda cedo pra viver.

Café não vai tomar.

O filho não vai estudar.

A escola o governo resolveu fechar.

E vê lotado os presídios, normal viver do lixo, enriquece com seu vício.

Mas vai curar!

E a ferida vai sarar. E os pontos vão secar.

Porque, daqui em diante, nós vamos em frente!

Nós vamos em frente daqui pra frente!

Parou! Se armou mais um doutor!

E a paz: - Pra onde eu vou?

Machado de Xangô!

Proteção pro meu povo!

Fé no meu Senhor!

A morte cai do céu: são bombas.

As leis ficam no papel, realidade é cruel.

No ritmo do agogô, a lei do homem já provou que não é pra ninguém.

Boto minha mão no fogo e queimo a cara de um boçal.

Desses senhores que instigam nossas dores e fazem nosso mundo o seu o circo de horrores.

Novidade pra contar: minha rima é a bala, eu sou a arma pronto pra atirar.

Mas vai curar!

E a ferida vai sarar. E os pontos vão secar.

Porque, daqui em diante, nós vamos em frente.

Nós vamos em frente daqui pra frente!

Parou! Se armou mais um doutor!

E a paz: - Pra onde eu vou?

Machado de Xangô!

Proteção pro meu povo!

Fé no meu Senhor!