VENTO DO SERIDÓ

O calor da cidade

Espantou meu frio

Entre doses

E vestidos de cetim,

Do outro lado da vida

Eu vejo a maneira febril

Em que me encontro assim.

(Refrão)

Vento do seridó

Mais uma vez assovia

Sob as rachaduras

Da terra seca

E do meu ser,

Vento do seridó

Minha única companhia

Que vai estar lá

Quando eu morrer.

Eu ouvi um chamado

De histórias e lendas

Vindas do acauã

E nos passos ariscos

Eu deixei meus riscos

Para serem apagados

Pela a poeira morna

Da manhã.

(Refrão)

Vento do seridó

Mais uma vez assovia

Sob as rachaduras

Da terra seca

E do meu ser,

Vento do seridó

Minha única companhia

Que vai estar lá

Quando eu morrer.

O eco das palavas

Apontadas para o oeste

Conduzia meu egoísmo

Por urubus e carcaças

Pela linha da ganância

e da desgraça

Nas nuvens do pó de Adão,

Respostas nunca reveladas

Foram então faladas;

"A riqueza de um homem

Não está no ouro de Lampião".

(Refrão)

Vento do seridó

Mais uma vez assovia

Sob as rachaduras

Da terra seca

Do meu ser,

Vento do seridó

Minha única companhia

Que vai estar lá

Quando eu morrer.

Wotson de Assis
Enviado por Wotson de Assis em 10/11/2018
Reeditado em 10/11/2018
Código do texto: T6499569
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