Sapato de caça

Publiquei todas as minhas dores, culpas...

Nesse livro que ninguém leu!

Borrei todas as flores...

Não há mais espaço para delicadezas...

Não, não há mais...

Poderia ser aceitável, mas, a estação mudou,

menos o peso!

Ele está ali como um sapato de caça

velho, sujo...

Nenhum animal moreu,

Não poderia sacrificar ninguém

Exceto o Eu!

E está ali o calçado pendurado

Que me faz lembrar dos caminhos

Percorridos pelos meus pés...

Ele me faz lembrar das aventuras,

mas, não posso mais me aventurar.

E ele está ali a me lembrar

Do animal que tento matar!

Bom senhor, viajei tanto e,

trago crimes dentro de mim.

Fui cruel várias vezes, porém,

Não posso sacrificar esse ninguém

Nem mesmo com meus sapatos de caça,

Pois ele vive dentro de mim!

Yasmin Meirinho
Enviado por Yasmin Meirinho em 22/06/2019
Reeditado em 23/06/2019
Código do texto: T6679402
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