Apoc.18;2

     Depois que a Cidade-Portal caiu...
Um silencio sombrio envolveu a sua Praça
    e as trevas da noite,a solidão abraça..
      onde nem mesmo o vento passa!

E assim,virou morada de todos os Demônios
                                                   / alados...
que despencaram de todos os lados do céu....
     sob o Comando implacável de Azazel..!
      o Anjo dos Caídos e dos Possuídos!
    e não haverá vencedores e nem vencidos!
      Apenas corações que serão rendidos..
                         
Ele andará vagante em busca de sua Vingança,
alimentando-se da Ira e de uma falsa Esperança;
    o Bode Errante a caminhar nas trevas
                                                 / das noites...
e fará de todos os ventos uivantes,os mais
                                              /ferozes açoites!

Então eu vi, naquela sombria manhã,da minha
                                       /solitária e fria Varanda,
Guardiã de meus sonhos e esperanças vãs....



                     E Naquele instante,
Eu vi um Gato a rosnar para um Chato naquela
    Rua, sob o o último suspiro da Lua Miguante;
e ouvi o Galo a cantar na esperança de acordar
                            / a nossa vizinhança..
Eu vi o Caminhão de Lixo a levar o que restou
                           / do nosso Paraíso,
Enquanto isso, eu senti omisso diante os ventos
            uivantes  de todas as Bandas...
vindo do norte em direção às nossas Varandas,

Então, foi assim, que eu vi passar um ancião
            em direção ao Coração da Cidade!
parecia perdido e pensativo,sem razão de viver!
    e nem sabia que era apenas o Amanhecer...

   Olhou para mim,como se eu fosse o mais
                    /estranho dos estranhos...
      um fantasma que não tinha mais sonhos;
       uma sombra que não tinha nada mais
                                                 /para sonhar!

Eu vi, o último e solitário ancião em busca de
                            seu último Salário!
em seu disfarce,eu não vi a sua face de medo,
                        e este era o seu segredo!

       Eu vi, a solidão  daquele pobre  ancião,
   que tinha mais medo de nós do que da morte!
e quase perdeu a sua voz, quando sentiu que os
                      /ventos vinham do Norte!

Eu vi o ancião, a parar diante aquela Cruz em
                             /seu caminho...
e ouvi a sua oração que saía da solidão de seu
                             /coração sozinho!
e naquela prece que mais parecia um disfarce,
               eu só não vi a sua face de medo..
                    e este era o seu segredo!

E assim, não vi mais ninguém de mim naquele
                         silencioso jardim....
   parecia que o mundo tinha sumido ali perto!
    e tudo estava deserto e sem Ponto Certo..!

Então,eu vi aquele pobre ancião,sem chão e sem
                                   / direção....
      como se estivesse ali,na certeza que
                                              /iria morrer;
e mal sabia que era apenas mais um Amanhecer!



15.04.2020 33  dias de Quarentena
   











 
Marco de Nilo
Enviado por Marco de Nilo em 15/04/2020
Reeditado em 16/04/2020
Código do texto: T6917791
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