Supremacia capitalista
Querendo ouvir para selar apoio
Usar teu nome na hora do sufoco
Com a fala falsa
Montando disfarce
Rindo por trás, contando fraudes
Você não gosta de preto
Só não quer ser vilão
Você diz que cota é esmola
Eu falo que é reparação
Se tem preto na roda de discussão
Cê lança debochado que logo terá caos
Com a fala compassada
Estilo adaptado
Etiquetado como ideal
Vejo traço europeu
Apenas na exposição
Quem passou essa linha?
Quem desenhou?
Não escuto nenhum nome nagô
Alguém levanta a mão e diz que acabou
Oferecem um coffee e o break é pro black, mesmo doutor ou anfitrião
Cê lembra de o vento levou? Sabe a Mommy?!
A dona do Óscar ficou do lado de fora por ser preta
Cê fala que cota é esmola, eu falo que é reparação
Inteligência não é branca irmão
O que é branco é a escravização
Ainda hoje ganha apoio e invalidação
Mulher preta? Mulher! Homem preto? Homem!
Supremacia capitalista, que fita
Falou em cota, fica doidão
Do lado de cá, numa quadra de Éder
Jogando o dado do bogue contamos
Que a cota é tesouro de burguês
Coloca mãe e irmão. Ficam ligado para não ter preto na família
Se não, tão na contramão. Até parece.
Se bobear, primeiro trampo é lá com cinquentão e ainda com o cu na mão.
Estes cães ladram demais.
Bagunçam demais.
Atrasa lado, faz jogo pra todo lado, diz até que é irmão
Nem caiu neste papo fardado e com certificado
Não quer ver preto sistematizado
Abençoando batizado
Diante do corpo aberto do teu irmão
Surta só de imaginar que a médica é preta
Vai reclamar na gerência
aperta a mão do segurança branco e dá de cara com o preto como chefão
Faz selfie, marca e posta
Dona da balada deu fim à segregação
Eles piram
Que fita
A cota pro branco é assombração.