Eu na gafieira

Fumei, bebi a noite inteira,

Me embalei na gafieira,

Numa dança de salão.

No gingado da mulata,

Com meu terno e gravata,

Entoei uma canção.

Com o senso de aprendiz,

Me senti muito feliz,

Revirando o meu sapato.

Sou sambista de raíz,

O meu samba me condiz,

Sou caboclo, sou mulato.

Gosto de samba-dolente,

Sincopado ou samba quente,

Sou Pilintra, sou "Seu Zé."

Me acabei na gafieira,

Não foi coisa derradeira,

Voltarei, se Deus quiser!

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 17/01/2022
Reeditado em 17/01/2022
Código do texto: T7431019
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