Páginas de vidro

Clara voz da noite

Chaga mergulhada no absurdo

Um desfavor à dor

Voz de diamante

Sopro em sintonias de veludo

Mal de muito amor

Que reveste o mar dos calafrios

E atormenta o sal do corpo

Num vulcão de beijos

Em perfeita erupção

Teu cheiro tem sabor de azul marinho

Sob a água fria de um Canadá só teu

Fronteiro a toda solidão

Páginas de vidro

Vento que vagueia

Solto num sonho bom

Quase um balé de ar

Pétalas de brilho

Mãos e bocas, sorte e fé

De rubra intenção

até onde o amor queimar

Universo preso entre os olhares

Todos os lugares convergindo

Pro teu edredom

Quando o tempo curva não se sabe

Nem ao certo se a voz

Que cala é paz ou explosão

Reluzente pedra azul de Rio

Que absorve cachos de quasares

De outras dimensões

Será que eu sei

Me guardar de mim

Pra buscar em ti

O que eu sei que é bom?

Guilherme Veiga
Enviado por Guilherme Veiga em 30/07/2022
Código do texto: T7571480
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