SUBJETIVO
A ferrugem chegou com o sopro do vento
Paralisou os ponteiros naquele exato momento
Acordei na cordilheira no meio da tempestade
Entre papéis e letras o sol nasceu mais tarde
Pétalas ao chão passos no silêncio cinzas e pó
A noite foi mais longa quase tudo dissipou-se ao meu redor
Como a chuva que chega em cacos e nunca vai embora
Você passou mas é sempre o mesmo dia na mesma hora
Os dias envelhecidos repousam em jornais rasgados
Sobre as folhas o mundo é antigo e o futuro nublado
Sol solstício um labirinto que não pára de crescer
Em cada esquina ficou tarde demais antes de anoitecer
Não quero explicar coisas que nem eu entendo
Não vou morrer agora nem viver soletrando o tempo
Eu que sempre me perdia encontrei a sua mão
Eu que nunca pedi nada um dia te pedi perdão