SUBJETIVO

A ferrugem chegou com o sopro do vento

Paralisou os ponteiros naquele exato momento

Acordei na cordilheira no meio da tempestade

Entre papéis e letras o sol nasceu mais tarde

Pétalas ao chão passos no silêncio cinzas e pó

A noite foi mais longa quase tudo dissipou-se ao meu redor

Como a chuva que chega em cacos e nunca vai embora

Você passou mas é sempre o mesmo dia na mesma hora

Os dias envelhecidos repousam em jornais rasgados

Sobre as folhas o mundo é antigo e o futuro nublado

Sol solstício um labirinto que não pára de crescer

Em cada esquina ficou tarde demais antes de anoitecer

Não quero explicar coisas que nem eu entendo

Não vou morrer agora nem viver soletrando o tempo

Eu que sempre me perdia encontrei a sua mão

Eu que nunca pedi nada um dia te pedi perdão

Franciane Cruz
Enviado por Franciane Cruz em 04/12/2005
Reeditado em 23/05/2009
Código do texto: T80729
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