Percebi que te esqueci

Foi num dia qualquer.

Sem música triste, sem aviso prévio.

Apenas percebi.

Percebi que seu nome já não me apertava o peito.

Que sua lembrança passou como uma brisa, e não como tempestade.

Que revi aquela foto e não senti mais nada — nem saudade, nem raiva, nem vontade.

Foi estranho, confesso.

Porque eu passei tanto tempo tentando te tirar de mim...

E quando enfim saiu, foi como poeira que some quando abrimos a janela.

Não teve fogos.

Não teve “fim oficial”.

Te esqueci como se desamar fosse só mais uma etapa do crescer.

Você virou passado sem cerimônia.

E isso não te diminui — te humaniza.

Você foi importante, sim. Mas hoje não ocupa mais o centro da minha história.

Percebi que te esqueci

quando desejei amor pra outra pessoa —

e não pensei em você.

Quando falei de futuro —

e seu nome não estava no roteiro.

Quando voltei a sorrir por coisas simples —

sem que isso fosse um esforço.

E quer saber?

Te esquecer não foi deixar de amar.

Foi entender que amar também é saber soltar.

E que tem coisa que só floresce depois que a gente esvazia o peito.

Hoje, te desejo bem.

Mas te desejo longe.

Não com mágoa,

mas com leveza.

Com aquele tipo de amor que já cumpriu o que tinha pra ser.

Thatyana Reimberg
Enviado por Thatyana Reimberg em 09/05/2025
Código do texto: T8328965
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