Percebi que te esqueci
Foi num dia qualquer.
Sem música triste, sem aviso prévio.
Apenas percebi.
Percebi que seu nome já não me apertava o peito.
Que sua lembrança passou como uma brisa, e não como tempestade.
Que revi aquela foto e não senti mais nada — nem saudade, nem raiva, nem vontade.
Foi estranho, confesso.
Porque eu passei tanto tempo tentando te tirar de mim...
E quando enfim saiu, foi como poeira que some quando abrimos a janela.
Não teve fogos.
Não teve “fim oficial”.
Te esqueci como se desamar fosse só mais uma etapa do crescer.
Você virou passado sem cerimônia.
E isso não te diminui — te humaniza.
Você foi importante, sim. Mas hoje não ocupa mais o centro da minha história.
Percebi que te esqueci
quando desejei amor pra outra pessoa —
e não pensei em você.
Quando falei de futuro —
e seu nome não estava no roteiro.
Quando voltei a sorrir por coisas simples —
sem que isso fosse um esforço.
E quer saber?
Te esquecer não foi deixar de amar.
Foi entender que amar também é saber soltar.
E que tem coisa que só floresce depois que a gente esvazia o peito.
Hoje, te desejo bem.
Mas te desejo longe.
Não com mágoa,
mas com leveza.
Com aquele tipo de amor que já cumpriu o que tinha pra ser.