REPENSANDO DECEPÇÕES

Todos nós já sofremos decepções. Pode ter sido uma decepção profissional, amorosa, familiar ou com amigos. Pode ter sido até uma decepção interna, voltada contra nós mesmos por não termos, em algum momento, feito o que gostaríamos ou deveríamos.

Mas por que nos decepcionamos? Muitas são as explicações: ingenuidade, excesso de bondade, demasiada confiança, pureza de alma...e por aí vai.

Todos esse motivos são naturalmente válidos e surgem como fundamento para nossa tristeza ou raiva.

Mas poucos lembram do olhar que dirigimos ao outro. É exatamente isso. É bastante comum, talvez até a regra e não a exceção, olharmos o outro com os olhos voltados para nós mesmos. Insistimos em considerar como coletiva as nossas boas características e dessa forma, sempre esperamos que o outro faça exatamente o que faríamos na mesma situação.

Mas cada um é único, embora existam muitas almas afins, para nossa alegria. E cada um reagirá a cada situação de acordo com sua consciência e seu grau de desenvolvimento espiritual e humano.

Por essa razão temos que nos relacionar com todos mantendo essa percepção, de que nosso olhar deve estar direcionado para fora de nós, e voltado para cada pessoa individualmente.

Dessa forma, aguçando essa capacidade de observação, podemos encontrar uma melhor definição de quem poderá ou não nos surpreender, positiva ou negativamente.

Observar é bem diferente de julgar. Quando julgamos nos damos um poder que definitivamente não nos cabe e, quando observamos, aprendemos a aceitar o outro como realmente ele é. Ou temos o direito de não aceitar o outro também, somos livres para fazermos nossas escolhas que devem sempre nos levar ao crescimento, a alegria e à paz de espírito. Em algumas situações, uma característica do outro pode não compactuar com nossa maneira de pensar e agir, mas ainda assim essa pessoa pode ser uma grande e boa companhia para a caminhada na vida.

Nos deixamos encantar por uma gentileza aqui, outra alí, por sorrisos que vem facilmente ao rosto, mas não é isso que conta. A lealdade é cabível em muitos poucos casos no universo social.

Vamos voltar nosso olhar para dentro apenas quando precisarmos renovar a nós mesmos. E vamos precisar muitas vezes durante a vida, pode acreditar.

Ao nos habituarmos a essa nova forma de ver, nos tornamos menos ingênuos e mais amadurecidos, menos vulneráveis e mais compreensivos, mantendo de qualquer maneira, a bondade em nossos corações.

E no final, tudo isso vai gerando o equilíbrio, a serenidade, tão necessários à nossa felicidade. E é para isso que estamos aqui: para sermos felizes!

E nós podemos!

Muita paz e lindas energias para todos.