A viagem

Pensava em viajar... não tinha muito tempo para organizar-se... o ônibus partiria às 7h do dia seguinte. Pegou no armário uma mochila e começou colocando o que precisaria, era uma viagem rápida... então não era necessário muito em sua bagagem...

No dia seguinte acordou às 5:30 h não podia demorar-se. Mesmo com o corpo cansado de uma noite mal dormida e a cabeça pesava por alguns pensamentos...

Chegou ao ponto de partida apresentou o bilhete ao motorista e dirigiu-se a poltrona indicada.

Poucas pessoas partiram com ele daquele ponto de embarque, a poltrona ao seu lado ficou vazia...

Alguns quilômetros depois em uma parada subiu um jovem, desses cheios de sonhos, e que a sua esperança por uma nova vida empolgava àqueles a sua volta...

O jovem sentou-se ao seu lado, cumprimentou-lhe. Respondeu-lhe mais por educação. Mas, por alguns minutos o jovem puxou um agradável papo, envolveu-se e nem percebia os quilômetros já rodados... o jovem despediu-se, precisava desembarcar.

Neste ponto da viagem, subiu uma senhora, e viu que a poltrona estava vazia e aproximou-se e sentou-se na poltrona... a senhora de um semblante calmo, sereno, mas, demonstrava que algo a incomodava. Quis ser gentil e perguntou se poderia ajudá-lá. A senhora relatou-lhe que morava em outro estado e que seu único filho, dois netos e sua nora, por oficio do trabalho precisara deixar a cidade grande e vir residir naquela do interior e que ela sentia saudades de está próximo a família... mas não poderia ficar por ali muito tempo...

Mas, a frente subiu uma jovem mãe que acalentava no colo um bebê. A felicidade dela confundia-se às com um ar de preocupação, ansiedade... mas, o sorriso do bebê lhes demanchava o semblante e dava lugar a um lindo sorriso.

Foi então que as suas preocupações, os pensamentos, o semblante hora triste e o humor balanceado foram se dissipando e ele foi relaxando e percebeu que na bagagem poderia carregar suas emoções, seus sentimentos, mas o peso dado a cada um deles, poderia ser diminuídos ou aumentados conforme às suas necessidades humanas...

Entendeu que a vida é uma viagem hora longa, hora curta mas, cada detalhe cabe dentro da mochila, do ônibus, da estrada... mas a mudança entre o ponto de partida e o ponto de chegada cabe-nos escolher entre ficar cabisbaixo, mal humorado ou triste, ou permitir que os companheiros da viagem nos abençoe com seus desejos, sonhos, esperança, saudades e sorrisos, nos contagie e tornem a nossa viagem muito melhor!

Ana Lúcia Saturnino
Enviado por Ana Lúcia Saturnino em 29/11/2018
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