Ciclo de luta

O pobre luta todo dia, faz da vida correria, abre mão e engole sapo, pra ter um restinho de comida no prato. Pobre anda em trem lotado, no busão e no asfalto, perde tempo pendurado, humilhado e massacrado, que rotina mais cruel, nem tem dinheiro pro aluguel.

Vida dura de labuta, ora ou outra toma uma, pra esquecer da penúria, desse tempo de amargura. Vai pra casa com um sorriso, mas o tempo é um aviso, tudo volta ao normal e o pobre vai pro pau.

E nesse ciclo de luta, ficam as marcas da opressão, de um povo maltratado, que mal recebe um tostão. Que vontade de explodir, de fazer revolução, mas sozinho não sou nada, sou um gado do patrão.

Bato ponto todo dia e imagino o que será, a certeza de que tenho, é que não vão me servir caviar. Penso as vezes e espero, só um sonho de peão, de prover minha família, com trabalho e não com escravidão.