Natal: Um canto sem Pranto, Um manto com Santo

Cada passo tem sua graça

Cada crepúsculo tem sua garça

A maré cheia a sua lua

A elevação a sua grua

No compasso deste vira mundo

Não é preciso régua ou esquadro

Sem perceber, a terra sempre gira

Nascente ou poente, o dia noite vira

Na passagem dos dias

Céleres, amarelas folhas dos calendários voam

Como pássaros migratórios nas estações frias

O tempo passa, os seres humanos caminham (às vezes, tem pressa!)

Na velha roupa aposentada

Nas imagens fugazes

Retrospectiva de história já de há muito esquecida

Esperança por melhores dias, de rouxinóis e perdizes

Fogos, espumantes, risos, lágrimas, o novo ano se veste

Em tons coloridos da estação

Na passarela é vedete

A anunciar um novo tempo, de razão ou emoção?

Talvez os tenores mais eloqüentes

Em um canto de vigor transcendental, na vibração de mil corais

Na célebre cantata de Bach, “Jesus, alegria dos homens”

Possa celebrar neste Natal, a paz, a harmonia e a solidariedade como valores universais.

AjAraújo, o poeta humanista, escrito no Natal de 2001.