NA TAL

A gente nasce para viver e a vida tem direção, ela nos conduz a morte. Esse processo é certo, ninguém se safa. Enquanto isso, temos que viver e buscar a felicidade. Para obtê-la basta o necessário, tudo muito simples, se não fossemos egoístas, almejássemos mais do que precisamos, querendo TER, esquecendo-se de SER. Nos iludimos com futilidades, nos equivocamos pensar que um carro zero e top nos diferenciam, nos acrescenta algo, achamos que isso ou aquilo dá status, aparenta poder, mostra aos outros que estamos ricos. Também nos iludimos em concordar que fulano pode, tem, que por isso é maior e melhor que os outros.

A felicidade não se contabiliza pelo que TEMOS e sim pelo que SOMOS.

Existem pessoas felizes morando num barraco, sem conforto, trabalhando duro, com orçamento apertado, dependendo de ônibus, bicicleta ou caminhando a pé para se locomover, fazendo apenas uma refeição por dia, que deita e dorme, tem PAZ, vive em harmonia com sua família, realmente vivem a verdadeira felicidade.

Enquanto outras desfrutam de todo conforto, usam motorista particular para o transporte, tem segurança, muita grana para adquirir o que der vontade, quando se deitam o sono é péssimo, é mal humorado, grosseiro, ofende as pessoas que o serve, em resumo, vivem tão mal que resolvem viajar para ver se encontram alegria, gastam com satisfação e prazer, quando retornam a rotina, voltam a se sentir infelizes e insatisfeitas.

Daí aproxima-se o NATAL e contagia as pessoas, amolecem os corações, ficam mais sensibilizados e praticam a solidariedade, se lembram de dividir e compartilhar com nossos irmãos. Apesar de que até mesmo nessa data tão importante assistimos exageros na comida, na bebida e nos presentes.

O maior presente é a presença, a reunião da família, de fato, todos unidos, se divertindo, rindo, curtindo momentos fantásticos, onde pais, filhos, irmãos, netos e demais parentescos desfrutam, trocam ideias, conversam, se conhecem e permutam afetos.

É tanto carinho, amor, gentileza que se possível gostaríamos de congelar eternamente esses abençoados momentos que realmente traduzem a mais pura e perfeita felicidade, vinda da alma de cada um.

Imaginemos que esse possa ser o último NATAL, detalhe, todos os dias do ano passariam a ter esse mesmo significado, não se acabando mais, estaríamos preparados para conviver eternamente com o espírito natalício? Nos privaríamos dos requintes e ostentações? Nos sujeitaríamos a viver com simplicidade?

O NATAL vai passar, o NOVO ANO virá, serão muitas celebrações, muita festa e desperdício e voltaremos a nossa jornada de viver para morrer, pena que não vivemos, passamos, não nos damos conta de que a fraternidade, o amor, a verdade, a solidariedade é o caminho que nos traz a felicidade, essa sim preenche e completa a vida.

Vladis

Vladis
Enviado por Vladis em 20/12/2015
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