A efemeridade da vida

O passado que já se foi, o presente que é e o futuro que será, coloca dentro de suas realidades todas as coisas e pessoas que existiram, existem e existirão.

Nesta realidade cronológica tem-se que a vida de fato é efêmera e passageira.

Ela passa tão rápido como ligeiro é um raio cortando o céu.

É o acender de uma lâmpada que instantaneamente dissipa a escuridão.

Ela é linda como lindo é ver uma criança brincando no carrossel.

É delimitada e existe para se viver, e portanto, não para ficar deitado em "berço esplêndido".

Os dias concedidos pelo Pai foram dados para serem desfrutados com alegrias, viver de realidade e também de fantasias.

É viver a essência do amor, da paz, do companheirismo, do prazer abundante.

É marcar a sua geração e continuar formando gerações.

É fazer diferente quando necessário, mas também fazer igual quando a realidade é mais que um simples imaginário. Pois tem momentos em que os exemplos passados não nos permitem sermos diferentes.

Quando olhamos para o início de nossas vidas, para as lembranças de nossa infância querida, os pensamentos fluem de forma nostálgica e suave.

Nos faz voltar no tempo buscando relembrar os resquícios que sobraram em nossa memória já desgastada com o tempo.

Lembrando de coisas boas e outras não tão boas assim, mas que de forma significativa ficaram gravadas em nossa memória, como letras talhadas em pedras.

A vida é como um revoar dos pássaros que pela manhã saem cantando e no entardecer voltam para encontrar o seu aconchego.

Pela manhã nos acorda com os seus cantos. À tardinha nos renova com os seus encantos.

Ela é tão magnífica que a grande maioria se preocupa em postergar mais um pouco os seus dias nessa terra. Lógico que é bom viver..

É aqui na vida terrestre que a realidade se perfaz. É aqui que amamos e somos amados. É justamente aqui que sorrimos, choramos, criamos, destruímos, brincamos, nos inquietamos. Sim, é aqui que na essência das palavras e da coisas que buscamos viver.

Ela, a vida, é tão magnífica que nos faz pensar vivê-la não limitada aos anos que aqui o Criador nos permite viver. Em nosso ser, queremos uma eternidade, como uma extensão da nossa vida na atualidade. E para isso direcionamos a nossa fé.

Aqui, humanamente falando, ele tem início, meio e fim. Neste ciclo cada um é responsável por seus atos e por conta disso o fim de muitos não demora a chegar.

Em contrapartida, uma boa parcela sabe como viver e aproveita com sabedoria as oportunidades concedidas por Deus e chegam à velhice, vendo o filhos dos filhos, vendo transformações das realidades, desfrutam com o criador de perfeita intimidade.. percebem ao fim que “combateram o bom combate” e venceram.

Constatam que no ciclo da vida, a sua história é a representatividade da mais bela expressão de louvor, assim como a música agradável é aos ouvidos, como o doce mel é ao paladar, como um perfume bem cheiroso nas narinas, como um linda paisagem vislumbrada da forma mais encantadora, que sem palavras nos faz meditar ...

Com bases nas nossas limitações ansiamos que algumas pessoas vivam eternamente aqui na Terra. Sim, não queríamos que jamais nos deixasse...

Mas seríamos os mais insanos dos homens se não tivéssemos a certeza de que em dado momento da vida, chegará o ponto final. Todavia, seríamos mais insanos ainda, se não compreendêssemos que a vida não se resume a apenas a 70, 80, 90, 100 anos.

Ela é eterna, como dito outrora, como uma continuidade desta vida terrena. E onde está o ponto final, Deus acrescenta mais dois pontinhos, formando uma reticência e mostrando que aquilo que um dia teve o início jamais terá um final, pois se a vida terrena é efêmera, a eterna jamais terá fim.

E é lá na eternidade que iremos viver sem a preocupação com o amanhã. E lá serão extirpadas dos nossos olhos as lágrimas, da nossa vida o sofrimento e do nosso corpo mortal a mortalidade. E é lá, justamente lá, que a felicidade jamais nos abandonará.

Na companhia de minha mãe na clínica geriátrica, ponderando sobre a efemeridade da vida.

Itabuna, 06.12.2017.

Ezequias Vitorino.

Ezequias Vitorino
Enviado por Ezequias Vitorino em 10/12/2017
Código do texto: T6195347
Classificação de conteúdo: seguro