Manifesto

Neste país tão pobre em iniciativas culturais e de uma dependência vergonhosa dos poderes públicos, a Fundação Cultural de Canoas e outras poucas, são um alento, um vento de esperança de quem quer ver as manifestações artísticas receberem a atenção que merecem.

Em todos os cantos do país surgem luzes que se recusam a apagar. Mesmo que o obscurantismo seja predominante o novo iluminismo toma forma e ganha força.

Àqueles que desdenham nossas artes e artistas, nosso folclore e o encanto de nossa gente só resta o pesar por sua cegueira.

Ouve um tempo em que o antropofagismo transformava, renovava, criava e dava nossa roupagem, nossa alma às influências estrangeiras. Infelizmente deixamos de ser canibais para sermos canibalizados. Perdemos nossa capacidade de digestão transformadora para engolirmos os modismos do mundo globalizado.

Mas ainda resta carne em nossos ossos duros de roer.

Há vida e arte em abundância com nossa brasilidade e iniciativas que garimpam talentos e os apresentam para o mundo.

Longe destas palavras serem um manifesto xenófobo é mais um desabafo contra a cegueira e a paralisia.

Quando acordarmos da letargia do comodismo e gritarmos nos ouvidos dos empresários nacionais que o incentivo à cultura não é tão somente uma forma de conseguir benesses tributárias, mas uma questão de sobrevivência do Brasil enquanto Nação, teremos nosso dever cumprido. Enquanto isso mendigamos migalhas para que os donos das verbas posem de bons moços quando na verdade ludibriam o fisco e a opinião pública através do tal Marketing Social.

A resposta do marketing ecológico é mais rápida. Salvem os artistas, nós também estamos em extinção!