Pelas crianças anencéfalas
Que o Supremo postergue qualquer decisão a respeito da possibilidade de ser legalizada a prática do aborto em casos de anencefalia até que a Ciência se pronuncie de maneira clara e inequívoca. Há vários graus de malformação cerebral, que variam desde a anencefalia verdadeira (ausência total de sistema nervoso central, que é rara e leva ao abortamento espontâneo do feto na maioria absoluta dos casos), passando por aqueles que possuem apenas funções de tronco, como respiração e frequência cardíaca (hidranencefalia), até a ausência apenas de porções encefálicas superiores (hidrocefalia).
Ou então que se vote pela liberação de todo tipo de aborto no Brasil. É menos hipócrita. Assim como está sendo defendido pela OAB e pelo CFM, o projeto de lei abre espaço para a eugenia, se antecipa à própria Ciência e se exime de discutir a fundo todas as implicações morais, éticas, filosóficas e religiosas que permeiam a questão.