Pelas crianças anencéfalas

Que o Supremo postergue qualquer decisão a respeito da possibilidade de ser legalizada a prática do aborto em casos de anencefalia até que a Ciência se pronuncie de maneira clara e inequívoca. Há vários graus de malformação cerebral, que variam desde a anencefalia verdadeira (ausência total de sistema nervoso central, que é rara e leva ao abortamento espontâneo do feto na maioria absoluta dos casos), passando por aqueles que possuem apenas funções de tronco, como respiração e frequência cardíaca (hidranencefalia), até a ausência apenas de porções encefálicas superiores (hidrocefalia).

Ou então que se vote pela liberação de todo tipo de aborto no Brasil. É menos hipócrita. Assim como está sendo defendido pela OAB e pelo CFM, o projeto de lei abre espaço para a eugenia, se antecipa à própria Ciência e se exime de discutir a fundo todas as implicações morais, éticas, filosóficas e religiosas que permeiam a questão.

Renato van Wilpe Bach
Enviado por Renato van Wilpe Bach em 08/01/2009
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