TARDE CHUVOSA E ALEGRIA NA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS

Esta nota é para compartilhar com vocês, meus colegas de publicação no Recanto das Letras, os acontecimentos de uma tarde de muita chuva e também de muita alegria.

Marcamos um encontro (via e-mail), eu e Fátima Almeida, professora e poeta que publica, como nós, textos neste site. O encontro aconteceu nas dependências da Academia Sergipana de Letras, no Centro Histórico de Aracaju.

Ao perceber aumentar o volume das chuvas, perdi a esperança de ver a amiga, mas, antes de começar a sessão, eis que chega a esperada, acompanhada de sua nora, Verônica _ uma jovem muito agradável, graduanda do Curso de Letras, em uma de nossas universidades.

Foi algo tão bonito que nem é possível descrever. Pensei logo no encontro casual de Edna Lopes, Alexandre Meneses e outros escritores, na capital do país.

A foto que agora observam nesta página foi clicada, num momento de descontração, pelo amigo, Marcos Cabral, filho de Christina Cabral. Esta senhora, uma bela e inteligente sulista, de 80 anos de idade, vem frequentando, há cerca de um mês, as sessões da casa das letras sergipanas, fazendo bonito com sua declamação de poemas. Marcos, seu filho, a acompanha e é uma espécie de assessor das atividades intelectuais da mãe. Os dois são os responsáveis pelo jornal Portal Colmeia Literária e ainda pelo site do mesmo nome. Christina também ocupa brilhantemente uma das Escrivaninhas do RL.

Apesar de a sessão não ter apresentado o fluxo costumeiro de assistentes e acadêmicos, em virtude das chuvas, esteve muito concorrida, animada e receptiva. Houve debates, canto, declamação de poemas, incluindo a de um soneto shakespeariano, de Fátima Almeida, a visitante. Esta preferiu que eu fizesse a leitura de sua obra poética que foi insistentemente aplaudida. Tudo isto e muito mais está anotado em ata.

Eis o poema:

OS TEUS OLHOS

Devolvo os teus belos olhos desolada,

Mas, por que fazê-lo, se isso não almejo,

E em dizê-lo não sinto nenhum pejo?

Entrega-los-ei, pois, com a alma amargurada

Os verdes olhos que me diziam ser amada,

Fitaram-me, aguçando-me o desejo.

Os azuis já me negaram um doce beijo,

Minh’alma chorou triste, rejeitada.

Pelos olhos castanhos fui desprezada.

Revendo meus conceitos agora vejo,

Na negritude dos teus olhos o ensejo

De ver esta dor do meu peito arrancada

Devolvo-os, p’ra não cometer engano

Neste soneto shakespeareano

Fátima Almeida

12/04/10

Quando desejar voltar, Fátima, fique à vontade, a casa é nossa.

Pelo jeito e pelo que declarou, Fátima ficou muito satisfeita de haver participado de uma sessão da mais importante casa de cultura do Estado de Sergipe.

Amiga, receba gradecimentos, abraços e aplausos.