AUTOR DESCONHECIDO

É preciso conhecer o Autor Desconhecido,

o já famoso L'Inconnu...

Osculos e am plexos,

Marcial

AUTOR DESCONHECIDO... DIREITOS AUTORAIS

Marcial Salaverry

Sem dúvida nenhuma, uma das coisas que mais aborrece a todo e qualquer escritor, é encontrar algum texto circulando pela Internet com aquele incômodo “Autor Desconhecido”. Quando vê algo que escreveu assim circulando, a sensação de frustração é maior ainda, pois todo escritor considera toda e qualquer obra sua, quase como um filho. E, convenhamos, ninguém gosta de ver seu filho ser apresentado como “filho de ninguém”, “filho de pai desconhecido”. Soa quase como que “filho de qualquer coisa”...

Assim soa para qualquer escritor o nefando Autor Desconhecido.

Por que surge o talzinho? Quem retira a paternidade do texto? A história é mais ou menos a seguinte. Alguém vê um texto na Internet. Acha-o lindo, e quer repassa-lo para seus amigos.

Teoricamente o mais fácil seria simplesmente clicar “Enviar para”, digitar o nome de seus amigos, repassando o texto como ele está, com a formatação em que está lendo, e, principalmente, com o nome de seu autor.

Isso teoricamente. Algumas vezes, pode achar que a formatação não está de seu gosto, e tenta modificá-la. E nessa tentativa, acaba apagando inadvertidamente o nome do autor. E repassa sem constar esse “pequeno e insignificante’ detalhe... Afinal, o que é um AUTOR? Simplesmente quem teve a oportunidade de escrever aquela coisa linda... E não vai fazer falta. O que interessa é o texto. Esquece-se do que cada texto representa para quem o escreve. É seu filho. É um filho da luta, e não da rima... Recomendo sempre a quem vai repassar, que nunca deixe de fora o nome do autor. Pense bem antes de apaga-lo, deliberadamente ou não.

Se deliberadamente, apenas mostra que está com uma certa inveja do autor, fazendo-se aquela pergunta: por que vou fazer propaganda do nome de quem não conheço? Simplesmente porque ele teve talento para escrever esse lindo texto que chamou tanto sua atenção.

Existe um outro detalhe, que é a continuação do “crime”, ou seja, outras pessoas que igualmente apreciam esse mesmo texto, e que simplesmente o repassam. Já que recebi como AD, vamos seguir a corrente. Sugiro que pelo menos tentem uma consulta aos sites de busca, tais como uol, ou google, para tentar localizar quem poderia ter escrito aquele texto. Muitas vezes pelo titulo, consegue-se êxito nessa busca. Dá um certo trabalho, mas você poderá ter esse prazer de informar ao autor que encontrou seu filho desaparecido. Ele ficará muito feliz e lhe agradecerá. E poderá surgir uma nova e boa amizade.

Ao autor, quando encontrar um texto nessas condições, penso que deverá dirigir-se, sempre educadamente (por mais irritado que possa estar) ao último elo, informando que aquele texto que está sendo apresentado como filho de Pai Desconhecido, tem um pai que o ama muito (ou Mãe), e que espera seja feita a retificação.

Muitas vezes, quando encontramos um texto assim, já passou por outras mãos. O objetivo será tentar fazer o caminho inverso, até chegar a quem começou tudo, ou seja, quem teve a “luminosa” idéia de apagar o nome do autor, deliberadamente, ou não. Mas errou em fazê-lo. Seja por não conhecer direito o funcionamento da coisa toda, ou porque não gostou do nome do autor, ou porque não quis “fazer propaganda gratuita”. Pode parecer mentira, mas já me deram esse argumento. Apenas perguntei o que ele achava do texto. Disse ter gostado. Então o autor tem algum mérito, não? Merece que se lha faça propaganda, mesmo que gratuita. E que então o autor não estava ganhando nada para escrever. Apenas a satisfação de ver seu talento reconhecido.

Assim como, ao apresentarmos alguém a alguém, sempre citamos o nome do apresentado. Então, por que não apresentar a obra e seu autor?

O que não vale a pena, é brigar. É ser indelicado com quem errou. Ao ver seu erro apontado, reconhecerá mais facilmente se isso lhe for mostrado com boas maneiras. Claro que sempre depende da resposta, pois existem alguns Grupos que adoram repassar textos sem autores, apenas para não ter que pedir autorização ao autor. E se lhes apontamos uma “mancada” dessas, recusam-se a uma retratação, sabe-se lá porque. Isso já aconteceu com um texto meu,

Analogia do Beijo, repassado pelo grupo 1Bom Dia como AD. Apontei-lhes educadamente que o autor existe e está bem vivo, e eles se limitaram a dizer que assim haviam recebido. E ponto final.

Vamos colocar um pouco de Paz na Internet. A quem faz repasses, sugiro uma melhor atenção, sempre respeitando o nome do autor. A quem receber textos sem a devida identificação, que pelo menos tente encontrar o autor, já que gostou tanto do texto. E aos autores, por mais irritados que tal prática os possa deixar, vamos mais suavemente falar com quem está “na bola da vez”, pois nem sempre é o autor da façanha. E sugiro sempre que ao receber um comunicado de que um texto que repassou como AD tem autor, que o repasse novamente, esclarecendo o fato, e pedindo por sua vez para a pessoa que lhe repassou, que faça a mesma coisa. Assim, pelo caminho inverso, fatalmente chegará às mãos de quem começou tudo.

Vamos ter mais compreensão, e espírito de colaboração. PAZ NA INTERNET, gente.

E digo mais, tenhamos todos, sem exceção, UM LINDO DIA.

Marcial Salaverry
Enviado por Marcial Salaverry em 15/06/2005
Código do texto: T24799
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