CHOQUE DE GERAÇÕES, TALVEZ


CHOQUE DE GERAÇÕES

O homem, por isto ou aquilo, esta sendo desqualificado de seu papel no seio da família e da comunidade.
Tal fato, de maneira veloz, ainda não tem delimitado, nitidamente, qual será sua nova posição nos anos vindouros.
Estamos passando por uma “esquina da vida” que não nos permite ainda visualizar o novo papel e destino do homem. O fato incontestável é que o homem vive hoje novo papel na comunidade global... Será também fruto da globalização? Talvez! Mas a violenta rapidez em todas as áreas do conhecimento e do procedimento humano parece-nos um fator preponderante desta modificação do que ate pouco tempo era tido como CHEFE DE FAMÍLIA, tendo então a mulher o papel de MÃE E EDUCADORA, o que embora parecesse papel secundário era, na realidade, o alicerce de grupo familiar!
Entre uma geração e outra, a anterior, a atual e a futura o choque constante entre as gerações esta visualizando, para os que pensam a respeito, um desastre entre as relações familiares, profissionais e comunitárias.
Não há como visualizar o horizonte da geração atual e futura. Menos ainda ate que ponto a mulher avançara em suas “conquistas feministas”, alcançando o que consideram papel preponderante no seio da família, abdicando, por completo, daquele anterior como MÃE-EDUCADORA, responsável então pela formação do caráter dos filhos, juntamente com o homem que provia a família das necessidades mínimas de sobrevivência.
Será realmente que a mulher conquistou uma posição mais nobre?
Talvez sim, mas a que preço?
Delegando, terceirizando para terceiros, como exemplo, para a televisão, informática, grupos de amigos, a educação e a formação familiar dos filhos! Não creio ser uma conquista nobre!
Quando o primeiro homem, no espaço, viu a terra como um planeta sem fronteiras, não distinguindo raças, povos, culturas, mas somente o globo colorido, começou então a globalização pelos responsáveis de programas de idas ao espaço.
Tal globalização positiva de um lado sofreu e sofre ainda o peso maior do lado negativo, ou seja, a ânsia de poderes maiores por parte de uma minoria, penalizando drasticamente as demais classes.
O escritor português José Saramago, único prêmio Nobel em língua portuguesa, em certa ocasião afirmou:
“EU NÃO SOU UM DOM QUIXOTE QUE SAI POR ÁI AFORA A LUTAR CONTRA A SOCIEDADE DE CONSUMO. SE O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DOS SERES HUMANOS TIVESSE CHEGADO A UMA SOCIEDADE DE CULTURA, AS COISAS SERIAM DIFERENTES. DE REPENTE, CHEGAMOS À SITUAÇÃO DE UM BECO SEM SAÍDA. NÃO SE CONSOME PARA VIVER, MAS VIVE-SE PARA CONSUMIR. POIS SE NÃO FOSSE ASSIM, NÃO SE CHAMARIA SOCIEDADE DE CONSUMO”.
Ah! Ahhh... Saramago como são sábias tais palavras. Atualmente o ser humano é impelido a somar sempre e cada vez mais, desejos de consumir.
Francamente já não nos bastam a água, o ar e o alimento, o agasalho, o aconchego do lar antigo, mas dia-a-dia surgem centenas de necessidades que mais poderiam compor uma globalização de sonhos desnecessários e que, entretanto, o ser humano aceita como fator de sobrevivência. Ate que ponto a mente criadora do homem criara necessidades? Necessidades absurdas... Sim, raciocinando bem tais necessidades surgem para “infernizar” a vida do ser humano. A máquina não assumirá o trabalho do homem por mais perfeita que seja, todavia escravizara firme a vida diária de cada um que há muito tempo o homem não consegue assimilar e ou ate mesmo usar os recursos que a máquina proporciona e tal fato mexe e sempre mexerá com os sentimentos humanos, e com seu dia-a-dia.

...“NO MEU LIVRO, O LIMITE DAS PESSOAS É PASSAR A VIVER DENTRO DE UM SHOPPING CENTER, COM O ÚNICO PROPÓSITO DE VIVER ONDE O CONSUMO É IMEDIATO. E ISTO É PERVERSO. EU CREIO QUE, DE ALGUMA MANEIRA, ESTAMOS A CONFUNDIR CADA VEZ MAIS AS IMAGENS COM A REALIDADE. É UMA SITUAÇÃO, DE FATO, ESTRANHA. PARECE QUE AS PESSOAS ENTRARAM NUMA DESISTÊNCIA DO PENSAR. MAS, POR SORTE, SEMPRE EXISTEM AQUELES QUE DIZEM NÃO”.

Saramago, como você sou também antiquado e não consigo sequer conviver com tanta tecnologia, pois minha mente não absorve, sem uma implosão, tal velocidade e complexidade do avanço tecnológico.
Viver dentro de um shopping center, em vez de viver no âmbito de um lar bem estruturado, em comunhão com a natureza e com o belo da vida. Prisioneiros num shopping.,. Sinto arrepios, Saramago...
Realmente tal estilo de vida novo é perverso, bem como o novo papel da mulher também é perverso. A mulher, inadvertidamente, ainda não se deu conta que seu novo modo vivendis é horripilante com conseqüências graves para o seio da célula mater da família, da nação... Dos filhos adotados pelo novo sistema quando o aprendizado foi delegado para setores incapazes de formar o caráter ideal dos jovens que já sentem a crueldade de inovações e consumismo, como ideal de vida!
Sim estamos, podemos afirmar, na era do “não pensar”, do não sentir como ser humano, mas sim como mais máquina, mais prisioneiro, em confronto de valores inatos no ser humano.

Karuk
Enviado por Karuk em 30/12/2006
Código do texto: T331938