Sucesso, Luz e Paz em 2012!

Wilson Correia

Rousseau disse que tudo é bom em sua gênese, mas que a sociedade a tudo corrompe. Contrário a esse pensamento, nosso Machado de Assis ensinou que cada humano tem duas almas: uma interior e outra exterior. Talvez Assis esteja mais próximo da realidade. Somos seres sociais e, sob essa ótica, construímos e sofremos as interferências culturais do meio em que nos encontramos.

A idéia acima fica muito visível nesta época do ano. É ‘Feliz Natal’ pra lá, ‘Feliz Ano Novo’ pra cá. São ‘Boas Festas’ aqui. ‘Ótimo 2012’ ali. Este tempo, parece-me, funciona como o período favorável para que as pessoas se redimam, suspendam hostilidades, desejem uns aos outros ‘tudo de bom’ e o melhor dos mundos possíveis nos níveis pessoal, familiar, profissional e social.

Independentemente do que nos motiva a isso, e afora o peso de uma cultura que quase não deixa linha de fuga a quem pense diferente, o certo é que nesse movimento de ‘bons desejos’ transparece o que de melhor vai pelo coração humano. Tudo se torna sonho possível, utopia plausível e aspiração comum de que o lado positivo da existência prevaleça. Nisso eu tenho fé.

Se fomos capazes de inventar essa sociedade e esse mundo malucos; se somos protagonistas de atitudes e gestos descompensadores de nosso lado bom, também somos capazes de consertar os estragos que causamos. E é em nome disso que desejo aos meus amigos e amigas um final de ano com resultados animadores e um 2012 repleto de conquistas e vitórias. Que os ares da liberdade e da vida verdadeira nos acolham como filhos felizes e nos façam maiores do que aquilo que normalmente não nos faz bem.

A todos e a todas, sucesso, luz e paz!

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PS.: Quintana, para aliviar

“Esperança

Mario Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E

— ó delicioso vôo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança...

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA... "