Nossa participação na sociedade
Todos os benefícios de que desfrutamos, todas as vantagens inerentes à civilização, a participação que temos no progresso em um todo, devemo-los à sociedade que é o “habitat” natural do homem. Este aproveitamento dos benefícios comuns, esta participação individual em um todo, faz com que tenhamos uma obrigação em cooperar com a sociedade. Permanecer inútil, onde todos trabalham, improdutivos, quando na verdade usufruímos a produção dos outros, é um ultraje à moral, é roubar o trabalho alheio. Desfrutar do trabalho da sociedade, sem colaborar com ela, é o mesmo que aceitar um empréstimo e se recusar a pagá-lo.
Tudo que diz respeito à sociedade como um todo, diz respeito ao cidadão individualmente, que é uma das peças dessa engrenagem. Menosprezar a colaboração, ou ser solidário na sociedade, são os extremos da régua que faz a medição do tamanho do nosso egoísmo. Quanto mais colaborarmos para a melhoria da sociedade, sem nos preocuparmos o quanto isso será vantajoso para nós individualmente, mais escrúpulos teremos e mais longe nos colocaremos dessa chaga chamada egoísmo.
Se não soubermos nos defender desse inimigo mortal de todos os sentimentos e, prejudicial para a nossa vida espiritual, podemos ser surpreendidos pela avareza que é o grau mais baixo do egoísmo. No coração do avarento não germina nenhum sentimento elevado, nenhuma aspiração que enobreça sua alma, nenhum amor que não seja pelo metal e pela posse desenfreada. O avaro está condenado a uma vida miserável, desprovida de qualquer sentimento bom, atormentado constantemente pela inveja e a cupidez.