Homenagem aos Leitores

É meia noite e o relógio entoa a última canção do dia, no último dia do mês.

Estou aqui sentada sobre a cadeira, debruçada em minha escrivaninha, cansada, com as lembranças que perfuram meu peito e sem pena move-me o corpo ao sentir o peso das ilusões perdidas pelos corredores da vida. Os sonhos estão opacos agora, não resistindo à ausência de espírito daqueles que turvaram os desejos, dizendo simplesmente. ! “Não.” Porque? E quando poderei desfrutar dos prazeres da vida? Então pergunto outra vez: Se vida me concede, então por que! Vida em vida não me deste? Quem sou eu? Sem vida não doarei, nem receberei mãos! Sem prazer algum não sou tua perfeita criação! Sou apenas um vegetal que o fogo abrasa até o pó! E o meu pó tem alma á ser julgado por Ti!

Concluo agora em prece: Esta é minha sina! É o sonho envelhecido da menina que um dia acreditou que tudo podia ser mágico. É o tempo me levando com ele em suas estações, em cada faze da lua, em cada nuvem de poeira, nesta estrada sangrenta onde todos passam e roubam uma parte das minhas quimeras. E conclui novamente: Eu sou a razão do sorriso que há em teus lábios! Sou a luz que ilumina tuas noites escuras! Sou tua esperança em cada verso que componho! Sou tua magia, tua dança! Sou tua poesia, teu encanto! Sou tua energia cósmica, teu pranto! Sou tua comédia, tua tragédia, tua sátira, teu suor, tua voz, teu cântico! Sou o seu tudo, seu nada! Sou teu amor, teu perdão! Que descrevo em minha solidão! Muito obrigada!

Branca Tirollo

limaodoce
Enviado por limaodoce em 31/07/2005
Reeditado em 14/10/2008
Código do texto: T39159
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