Que cara chato sou eu

Tem coisa que detesto e luto contra: político que mente, sempre. Que nega o roubo três vezes, mesmo quando pego com a mão no pote, estes peixes grandes que desviam milhões de obra pública, mas é sempre eleito. Penso que quem vota nestas pragas tem culpa igual. É farinha do mesmo mal.

Incomoda-me essa onda de celebridade americana sair adotando criança pelo terceiro mundo e os pondo à mostra na televisão. Agem como quem coleciona bichinhos exóticos, como quem quer expiar culpas do seu País ou só se mostrar corretos. Não sei se estou louco ou se estou certo, mas é isso o que penso.

Fico fissurado com negligências, quando vejo crianças pedindo esmolas nos faróis e as mães à sombra fazendo troco, comandando a tropa, como se fosse uma firma, mesmo sob chuva fina ou sob sol escaldante. Que meliantes sacanas são essa gente

Tem coisa que detesto e luto contra, sempre: intolerância, racismo e omissão. Quem culpa nordestino pelo seu fracasso, quem condena antes de julgar e absolve que tem grana. Que decide por conveniência e nepotistas em geral, dos globais ao senado federal. Fico mal, quando vejo quem separa gente por etnia, cor, origem.

Fico fissurado com hipocrisia: quem se incomoda com prostituta e homossexual, que os condena como se fossem o próprio mal, mas, sabe-se, esconde o próprio rabo e sua raza moral.

Incomoda-me insensibilidades em geral: os que não se incomodam com nada: pobreza, floresta devastada, rio e ar poluído. A dor do mundo não lhe diz respeito. Fico fodido com isso e com mais...

Desculpe-me os milhões de expectadores, mas não me desce essa onda de celebridade instantânea, gente que vira ator sem ter talento, por ser "belo" (a), premiado. Acho tudo oco e pouco producente. Não sei se sou eu ou é o mundo quem está demente, dormente. Mas é assim que penso quando fico silente.