Obrigada, meu filho!

Filho, quero que saibas como és importante para mim. Sei que falho, muitas vezes, perdendendo a paciência e agindo de forma dura contigo, mas é porque me sinto sobrecarregada, às vezes. Não tens culpa de nada, meu anjo, na verdade és a solução para a minha angústia e minha solidão. Perdoe-me por ser áspera em alguns momentos.

Meu docinho, tudo o que mais quero é ser uma boa cristã e uma boa mãe para ti. Antes de existires em minha vida, eu era bem diferente: confesso que era mais brincalhona, mais risonha, mais corajosa e paciente. Então, quando casei com teu pai, minha vida mudou muito. Quando descobri minha gravidez, fiquei preocupada e feliz ao mesmo tempo. Agora, teria alguém que dependeria de mim e eu precisaria dar o meu melhor. Teria de pensar em cada passo, em cada atitude, em cada escolha com muito cuidado, justamente porque tua vida estaria atrelada à minha. Fiquei com medo de não conseguir abraçar a responsabilidade de ser mãe.

Quando ouvi o teu coração pela primeira vez, estava num momento muito delicado: eu estava sangrando muito e tua vida corria risco. Esse foi o momento mais crítico da minha vida. Tive medo de perder o meu tesouro tão valioso. Teu coração pulsava bem forte, tão forte que, naquele momento, eu senti a presença de Deus conosco.

Fiquei em repouso absoluto, não pude mais trabalhar... algumas portas se fecharam, mas outras se abriram. Os irmãos de nossa igreja foram essenciais nessa ocasião. Teu pai e eu sofremos angústias, medos, inseguranças... tudo era novo para nós.

Sofri muitos sustos, desde quadros e ventiladores caindo da parede (quase em cima de mim), até um assalto quando eu estava no oitavo mês. Outro susto, no momento do parto, foi saber que o cordão umbilical estava enrolado no teu pescoço. Ufa, tudo isso me deixou muito abalada. Até hoje meu sono continua irregular!

Amorzinho, eu lamento não ter mais a alegria, o entusiasmo, a coragem e a paciência que eu tinha antes. A idade pesa e eu não imaginava que a maternidade me faria tão frágil. Senti um medo incontrolável de te perder, por isso ficava em estado de alerta o tempo todo.

Mas o que importa agora é que estamos juntinhos e compartilhamos muitos bons momentos. Papai do Céu está me ajudando a vencer os medos e me ensinando que Ele é a força de que eu preciso, de que nós precisamos. É Ele quem cuida de ti, de nós, de nossa família. Ele supre nossas necessidades e nos guarda de todos os perigos.

Quero te agradecer pelos bons momentos que me proporcionas todos os dias:

Pelos divertidos banhos de bacia;

Pelos vídeos engraçados que assistimos, pelas músicas que cantamos e dançamos;

Pelas corridas de ônibus e de carrinhos que organizamos;

Pelas brincadeirinhas bobas e legais como desenhar rostinhos na ponta dos dedos e contar histórias; por recortar bonecos que brincam de ciranda; por desenhar ônibus, aviões, escolas, casinhas e parquinhos (com crianças brincando no escorregador);

Pelas noites que dormimos agarradinhos e, à luz da lanterninha de meu celular, projetamos sombras engraçadas na parede.

Pelas vezes que folheamos livros interessantes e bem ilustrados que tu retiraste da minha biblioteca.

Pelas vezes que trocamos muitos carinhos, nos abraçando e dando beijinhos.

Pelas vezes que me chamaste e filha e me fizeste dormir ou que cuidaste de mim enquanto fazias de conta que era médico.

Pelas vezes que ouvimos sem parar: Galinha Pintadinha, Diante do Trono, Gummy Bear, Patati Patatá, Trem da Alegria e Aline Barros.

Pelos momentos em que me pedes para passar Reparil nos machucados referentes a quedas e escorregões decorrentes de teu comportamento elétrico.

Pelas vezes que tenho de cortar tuas uninhas e fazer malabarismos para que não pegues na tesoura.

Pelas vezes que, de madrugada, tu chegas ao quarto meu e de teu pai para te aconchegares entre nós ou mesmo para me "sequestrar" para o teu quarto.

Pelas tardes em que assistimos aos teus desenhos favoritos: Dora, Diego, Kailan, Super fofos, Max e Ruby, Pistas de Blue.

Pelas vezes que, de forma meio desajeitada, tentamos jogar futebol.

Tem uma coisa que quero te dizer: me inspiraste a voltar a escrever e a lutar com maior força por meus objetivos. Obrigada, filhinho. Obrigada, Senhor, por este presente tão maravilhoso chamado Elias!

Filho, estavas em meu ventre quando, pela primeira vez, eu realizei uma pregação em nossa antiga igreja. Também estavas na barriga quando eu contava histórias com fantoches e quando cantei para nossos irmãos.

Obrigada por todos os maravilhosos e inesquecíveis momentos que compartilhamos todos os dias. Eu te amo muito,viu?!

Quis registrar por escrito essa mensagem para ti no intuito de que não te esqueças do quanto és importante em nossa vida. Teu pai e eu temos maneiras diferentes de expressar nosso amor, mas saiba que te amamos muito.

Obrigada, filho, por tudo o que representas para nós!

Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP)
Enviado por Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP) em 12/03/2013
Reeditado em 12/03/2013
Código do texto: T4184697
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