Ciências dos Espíritos
O Espiritismo é ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma filosofia. Como ciência, consiste nas relações que podem estabelecer com os Espíritos. Como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem dessas relações. Podemos, então, defini-lo: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos, e de suas relações com o mundo corporal.
Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos que se apresenta que não podem ser explicados pelas leis conhecidas, ele os observa, comparam, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege.
Depois, deduzem-lhes as consequências e busca as aplicações úteis. Não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida. Assim, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina. Concluiu pela existência dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos.
É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental. Até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas.