Carnaval pra quê

Fantasia é para os fracos, pular é pros sapos

Enquanto uns se divertem bebendo

Eu tomo litros de sabedoria, cedendo

Sou cavalo, burro, mula, não importa

A energia que sinto não me liga, transcende

E a cada manifestação, novo aprendizado

Terça de folia, não; de alegria dos coitados

Carnaval pra quê, cansado, se mesmo sentado

No toco, e no preparo do salão, impecável

Apenas um giz na mão, e o desenho riscado

Do Pai Velho, caboclo,não importa que avatar

Se a gira começa, não preciso girar

Se o baiano já chega correndo a Jesus vai saudar

Não importa o que rola lá fora

Sem pressa, com cuidado, cem consulentes

De dor, de pesar, tristes e contentes

Que ali vão, livres de preconceitos, até com receio

Ao que foi buscar, uma palavra amiga

Um carinho discreto, um abraço, um afeto

Tem gente as pampas esperando paciente

Vão um a um sendo atendidos

Deixam ali, inocentes pedidos

Pra melhora de saúde, até que entendem

Quando lhe falam de atitudes

Mudanças, sinceras e constantes

As curas como por encanto os transformam

Enquanto outros pulam e não são sapos

Roberto F Storti
Enviado por Roberto F Storti em 25/02/2017
Código do texto: T5924074
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