Pluralidade de vidas - 2

"À medida que o espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiro se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem das coisas longínquas, percepções que desconhecemos".

"A finalidade da alma é o desenvolvimento de todas as faculdades a ela inerentes. Para consegui-lo, ela é obrigada a encarnar grande número de vezes, na terra, a fim de acendrar suas faculdades morais e intelectuais, enquanto aprende a governar a matéria. É mediante uma evolução ininterrupta, a partir das formas de vida mais rudimentares, até as condições humanas, que o princípio pensante conquista, lentamente, a sua individualidade. Chegado a esse estágio, cumpre-lhe fazer eclodir a sua espiritualidade, dominando os instintos remanescentes da sua passagem pelas formas inferiores, a fim de elevar-se, na série das transformações, para destinos sempre mais altos".

A Reencarnação é a mais excelente demonstração da Justiça Divina, em relação aos infratores das Leis, na trajetória humana, facultando-lhes a oportunidade de ressarcirem numa os erros cometidos nas existências passadas.

A lei dos renascimentos explica e completa o princípio da imortalidade. A evolução do ser indica um plano e um fim. Esse fim, é a perfeição, não pode realizar-se em uma existência só, por mais longa que seja. Devemos ver na pluralidade das existências da alma, a condição necessária de sua educação e de seus progressos. É a custa dos próprios esforços, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado de ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau, na Terra primeiramente, e, depois, através de inumeráveis estâncias do céu estrelado.

A reencarnação, afirmada pelas vozes de além-túmulo é a única forma racional pela qual se pode admitir a reparação de faltas cometidas e a evolução gradual dos seres. Sem ela, não se vê sanção moral satisfatória e completa; não há possibilidade de conceber a existência de um Ser que governe o Universo com justiça.

Porque para uns a fortuna, a felicidade constante e para outros a miséria, a desgraça inevitável? Para estes a força, a saúde, a beleza; para aqueles a fraqueza, a doença, a fealdade? Porque a inteligência, a gênio, aqui; e, acolá, a imbecilidade? Como se encontram tantas qualidades morais admiráveis, a para outros tantos vícios e defeitos?

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 16/03/2018
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