A Morte
Eu não sei o que me surpreendeu mais, se a aparição repentina daquele moço, na minha cozinha, quando eu requentava o jantar (ao menos era isso que eu achava que estava fazendo); ou se a beleza encantadora e a paz que aquele estranho me passava.
Ele: Vim te bucar (falou sorrindo)
Eu: Quem é você?
Ele (Tentando fazer uma voz de suspense): Eu sou a morte!
Eu: Se a morte é linda assim como você, não quero mais viver!
Ele sorriu e disse: Você não mudou nada!
E eu, reconhecendo aquela voz, aquele sorriso e aquela expressão... chorei.. e sorri ao mesmo tempo. Uma chuva de sensações, que não conseguiria descrever com palavras nesse momento, me invadiu a alma!
Ele abriu os braços, sorrindo, esperando meu abraço.
Eu me aninhei em seus braços, como uma criança, enquanto ele me dava suaves beijos na cabeça. E vi aquela cena, de cima, mesmo de olhos fechados... o vi me afagando com os olhos apertados, como quem nina um bebê... Tudo parou naquele momento...
E eu disse, enquanto o abraçava forte:
- Sabe, eu sabia que seria você... Sabia que quando chegasse a hora, seria você.
E sorrindo, olhando em seus olhos, ainda abraçados, eu disse:
- Não poderiam ter escolhido recepção melhor!
Ele me olhava com ternura...
E aquele olhar me dizia muito mais do que eu precisava ouvir.
Eu: De uma coisa tenho certeza.
L: Do que?
Eu: A partir de agora, eles vão me ler...vão vir aqui no Recanto, em busca de algo que fale por mim.
L: Você fez bem em escrever.
Uma voz de um leitor incrédulo: Como pode isso?
Eu e L respondemos simultaneamente: O tempo não existe!
E saímos abraçados, como nos meus sonhos...
Eu estou bem.
Estou em casa...
Nota da autora: De uma visão que eu tive. Desses sonhos, que sabemos que não são simples sonhos...
(L)