Re-Sentimento

Quando um sonho ainda trazia um pouco de esperança as pessoas, veio você e acabou com todas as possibilidades de um dia esses tornarem-se reais.

Você, que nasceu do ódio e desamor, e brotou não como uma rosa, e sim, como uma erva daninha que consegue penetrar no jardim de qualquer um, feito uma praga, que causa dor e tristeza.

Lembro-me de como era viver sem você aqui dentro, agora, tuas raízes ocupam tanto espaço, que mal conigo respirar. Esse é um estágio onde tudo fica imóvel, inerte, e é nesse momento que desejamos como nunca regressar.

Voltar a semente eliminaria muitos desapontamentos. Ah, se eu soubesse, ainda no ventre, que você entrelaçaria minha vida à sua, jamais teria saído de lá, e não me importa os ensinamentos que perderia, desde que não precisasse pronunciar teu inútil nome para expressar o que sinto.

Não existe alegria após você, porque momentos felizes, não trazem de volta aquilo que nos foi tirado.

E isso que sinto no fundo da minha alma, e esse entulho parado na garganta, que me tira o fôlego e a vontade de cantar, cantar a canção que fiz quando ainda sonhava.

Não te quero mais aqui, nem dentro, nem fora, antes ou neste exato segundo.

Porque, saudade nunca, eu repito, Nunca é boa, ela te prende ao que é antigo, faz querer outras épocas, outros anos, uma vida sem fim, um dia eterno...

Não quero mais receber com alegria, aquilo que a saudade vai levar, só quero o que dure para sempre, passado e presente. O futuro? ...

O futuro, eu deixo para quem não tem no peito o bater de um coração.

Enviado por Ká em 12/09/2007
Reeditado em 06/10/2008
Código do texto: T649375
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