Melanina

Sim, eu sangro se me ferir

E o sangue é vermelho como o teu

Sim, sou forçado a sorrir

Para disfarçar o sofrimento meu

Em pleno século vinte e um

Eu ainda me sinto algemado

Acorrentado, corpo nu

Como meu antepassado

Sim, os tempos são outros

Novos sonhos à mirar

Muita coisa já foi feita

Mas a muito a se mudar

Sim, minha pele não é clara

É meu cabelo é crespo

Meu nariz é achatado

E eu sempre serei negro.

Sou Marcelo

Sou negro

Sou poeta.

MARCELINHO POETA
Enviado por MARCELINHO POETA em 02/04/2019
Código do texto: T6613886
Classificação de conteúdo: seguro